
Na quinta-feira (30) a manhã toda, israelenses estavam colados a TV para assistir o retorno de 3 sequestrados israelenses- a soldada Agam Berger (20), Arbel Yehud (28) e Gadi Mozes (80) - e 5 cidadãos tailandeses que trabalhavam em kibutzim. A emoção é grande e cresce quando aparecem os reféns. Hamas e Jihad Islâmica montaram uma cena de propaganda. Colocaram um pódio no meio dos destroços da casa do Sinwar e uma multidão que veio não para mostrar vitória, mas para expressar ódio.
Ver pela TV o povão fechando sobre o comboio da Cruz Vermelha (impotente no lidar com palestinos) e o pavor nos olhos da Arbel do povão não contido diz tudo. Hamas orquestrou todo este teatro. Quando eles já foram transportados e entregues às mãos de oficiais de Tsahal (FDI), foi um alivio e haja coração para esta emoção.
No sábado (25) retornaram 4 jovens soldadas observadoras (Liri Albag, Daniela Gilboa, Naama Levi e Karina Ariev), com pés firmes, demonstrando que nem 477 dias no cativeiro as quebrou. Levantaram as mãos, sorridentes, mostraram o espirito da firmeza e do orgulho. Hamas anuncia horário do retorno das sequestradas e não cumpre, chama a multidão que fecha sobre as reféns, mas nada amedrontou as meninas.
(nas fotos a esquerda, as reféns se encontram com os pais após 477dias. Na da direita, ainda no helicóptero a valente Liri Albag escreveu" eu vos amo, cidadãos de Israel, as FDI e minha Familia.Voltei).
Na base de observadoras em Nahal Oz, Hamas matou 15 e sequestrou 7. Uma foi resgatada e um morreu no cativeiro. Hamas propositadamente não quis enviar as 5 de volta, deixando a Agam Berger nos tuneis mofos. As quatro disseram que não voltam sem a Agam e num precedente, Hamas e Jihad Islâmico concederam e a Agam retornou na quinta junto com 2 membros do kibutz Nir Oz, Gadi Mozes e Arbel Yehud.
O fracasso e omissão que levou a tragedia do dia 7/10/2023 é devido a pouca importância que o Exército de Israel deu aos avisos dessas soldadas-observadoras do Serviço de Inteligência que alertaram durante meses e ninguém ligou. Só uma Comissão de Inquérito Nacional pode apurar o que aconteceu. Netanyahu se opõe a esta Comissão.
Esta semana Israel permitiu a volta dos gazenses que estavam no sul da Faixa de Gaza retornar a seus lares no Norte. Vendo a destruição muitos decidiram voltar a tendas no sul. Na troca de israelenses sequestrados, os palestinos recebem paulatinamente 1;904 terroristas, 737 sentenciados por mortes ataques terroristas e 1.167 que foram presos nesta guerra. A crueldade dos terroristas da Hamas nota-se a cada passo e eles continuam receber os 600 caminhões diários de mantimentos, eletricidade e água potável de Israel e governam a Faixa de Gaza, enquanto que o governo do Netanyahu não quer que a Autoridade Palestina governe a região.
Neste sábado (25) Trump a bordo do Air Force One disse (sem saber o que estava dizendo -DSM) que espera 2 países colher 2.2 milhões de (irmãos muçulmanos e árabes DSM) gazenses. Ele disse ter conversado com o rei AbdullaII da Jordânia e "gostaria que o Egito também se empenhasse nisso. Faz sentido, não é ? Mas, não acontecerá. O rei jordaniano se lembra de setembro Negro (1971), quando os palestinos que são maioria no reinado se levantaram e foi Tsahal que se posicionou ao lado do rei e não permitiu que a Síria intervisse. Trump esquece, ou nem sabe que que o presidente A-Sisi preparou enorme campo de prisão junto a Faixa de Gaza, no caso de gazenses tentarem fugir ao Egito. Vale a pena lembrar que até 1967, a Faixa de Gaza pertencia ao Egito e nos acordos de paz com Saadat, ele recusou terminantemente receber a Faixa de Gaza de volta. Ele sabia porquê. Hamas e a Irmandade Islâmica são irmãos e é só o que falta ao A-Sisi no abismo do Egito. Se fossem, como se especulava, à Indonésia, que é o maior país muçulmano até Israel bateria palmas.
Na quarta-feira (29) o Enviado Especial do Governo Trump para o Oriente Médio, Steve Witcoff, veio da Arabia Saudita a Israel. Encontrou-se com Netanyahu e depois foi a Faixa de Gaza ver com seus próprios olhos a proximidade de Gaza a fronteira com Israel. Ele como Trump pensam em imóveis. Witcoff disse a NBC (18):" se não ajudarmos os habitantes de Gaza, se não melhorarmos suas vidas, se não lhes daremos esperanças, eles se rebelarão". Faz sentido. Mas, aqui é o Oriente Médio. A Faixa de Gaza recebeu bilhões de dólares do Qatar, da Autoridade Palestina, dos EUA, da Europa, água e eletricidade de Israel e a pobreza está por todo lado. Só alguns enriqueceram. Até nas bolsas do Sinwar foi encontrado dinheiro vivo. Na quinta (30) de manhã Witcoff foi encontrar-se com familiares dos sequestrados no "Parque dos Sequestrados" em Tel Aviv (coisa que nem Netanyahu e nenhum dos seus ministros fez nestes 15 meses) e ouviu os pedidos de nenhum sequestrado seja deixado nas mãos da Hamas.
Na semana que vem Netanyahu terá "folga" dos seus problemas internos. No domingo viaja aos EUA encontrar-se com Trump, polirá o seu ótimo inglês e terá todo o 'kavod'. Porém terá que conversar com Trump que é contra o prosseguimento da guerra e ter em mente Smotrich que quer a continuação da guerra, "senão saio do governo". E ele cai. Terá que lidar com a 2ª fase do cessar fogo, para trazer de volta o restante dos sequestrados a troco de parar a guerra e retirar as tropas do Eixo Filadelfia, que considerou vital para Israel, abrir a Passagem de Rafah, que será controlada por egípcios e uma empresa americana.
Netanyahu discutira com Trump sobre a possibilidade de relações com a Arabia Saudita, que tem mútuo interesse, mas exige a criação de um Estado palestino. Também em pauta o problema das atividades do Irã e da sua corrida para obter arma nuclear.
Há rumores que Netanyahu previsto para voltar na quinta-feira (6/3) quer estender sua estadia até domingo ((9). Em Israel o espera seu julgamento (do qual foge), os problemas da lei do recrutamento dos ultraortodoxos, do não consentimento do seu Ministro da Justiça com a posse do presidente da Suprema Corte, pelas quais ele não se pronuncia e os problemas de manter sua frágil coalizão. Israel está dividido e alguém tem que reuni-lo.
Comments