A datação por radiocarbono de sítios pré-históricos prova que as duas espécies vagaram simultaneamente pelo deserto do Neguev depois que o homem moderno migrou da África.
Estudos genéticos mostravam que os humanos modernos e os neandertais se conheceram em um passado distante em algum lugar da Eurásia e até trocaram genes, mas nunca ficou claro exatamente onde e quando esse encontro ocorreu. Até agora.
Uma pesquisa baseada em escavações no sul de Israel prova que pelo menos um desses encontros ocorreu no deserto do Neguev, há 50.000 anos atrás, quando o homem moderno migrou da África para Israel, demonstrando pela primeira vez a coexistência das culturas Homo sapiens e Neandertal no Oriente Médio.
A pesquisa é baseada na datação por radiocarbono de dezenas de amostras de carbono do sítio pré-histórico de Boker Tachtit no Parque Nacional de Ein Avdat. Conclusões da Prof. Elisabetta Boaretto do Instituto de Ciência Weizmann e Omry Barzilai da Autoridade de Antiguidades de Israel foram publicadas recentemente na revista científica PNAS.
“Boker Tachtit é o primeiro local conhecido alcançado pelo homem moderno fora da África, razão pela qual o local e sua datação precisa são tão importantes”, explicou Barzilai.
“Não há dúvida de que, conforme eles viviam e se moviam em torno do Neguev, as duas espécies estavam cientes da existência uma da outra. Nossa pesquisa no site Boker Tachtit coloca um ponto de referência importante e bem definido na linha do tempo da evolução humana”, acrescentou.
Ele finaliza dizendo que a pesquisa não para por aí: “Qual foi a natureza do encontro que identificamos entre as duas espécies humanas? Os neandertais em todo o país extinguiram-se naturalmente, fundindo-se com o homem moderno, ou desapareceram de forma violenta? Essas questões continuarão a nos preocupar como pesquisadores nos próximos anos”.
É aguardar para ver.
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