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Os judeus e a música 3


(Reprodução Youtube)


Me First and The Gimme Gimmes – Ruin Jonny’s Bar Mitzvah



Michael John Burkett não é um nome muito conhecido, mas com toda certeza Fat Mike é um dos maiores nomes do Hardcore Melódico/Californiano. Sempre um “gordinho engraçado”, Fat Mike monta sua primeira banda Punk, False Alarm, em 1982 quando tinha apenas quinze anos. Em sua primeira fase, a banda só durou um ano, e ainda em 1983 ele conhece Eric Melvin e Erik Sandin e formam uma das maiores bandas do Hardcore Melódico/Californiano, NOFX. Fat Mike ainda fez diversas participações especiais em músicas de outras bandas como Screeching Weasel’s, Randy, Lagwagon e Lunachicks. Em 1995 monta o supergrupo de Hardcore que faz covers de bandas variadas (do Pop ao Heavy Metal) com Spike Slawson (Swingin’ Utters, Filthy Thievin’ Bastards, Re-Volts e Uke-Hunt), Joye Cape (Lagwagon), Dave Raun (Lagwagon) e Chris Shiflett (No Use For A Name), cujo quinto álbum é um ao vivo num Bar Mitzvá com direito ao jovem Johnny lendo a Torá.

Fat Mike nasceu numa família judia, mas desde jovem se enxerga como um judeu ateu. NOFX sempre teve um ar divertido e engraçado em suas músicas, sendo muitas delas cômicas mesmo. Inclusive sua origem e cultura judaica é abordada em algumas músicas como “Don’t Call Me White” que ela fala para não simplesmente o estigmatizaram como branco, pois ele já nasceu sendo circuncidado e categorizado. Também é uma banda que contêm críticas políticas e sociais, o problema é que quanto a banda decide focar na crítica e na seriedade, não resulta em um material tão bom assim.

Quando digo que é um dos maiores nomes da cena, não é exagero. Além de ser o líder de uma das maiores bandas do gênero, ainda é dono de uma das maiores gravadoras da área, a Fat Wreck Chords, além de participar de produzir diversos festivais musicais, sobretudo de Punk. Eu confesso que das variações de Punk e Hardcore eu não gosto tanto assim nem Hardcore Melódico nem do Hardcore Californiano (se olharmos de forma superficial, é praticamente a mesma coisa, mas para ser um não necessariamente precisa ser o outro). Tentando resumir minha crítica é que o Californiano foi se tornando cada vez mais melódico e o Melódico foi se tornando cada vez mais Pop e menos Punk. Ao contrário do que muitos pensam, o Melódico não é uma versão “romântica” ou “bonitinha” ou até mesmo mais Pop, o que acabou se tornando.

Uma das minhas músicas favoritas da banda, “The Brews”, tem uma letra meio cômica que acabo me identificando e graças a mim, meus amigos que gostam da banda acabam gostando mais ainda da música por me relacionar a ela. Resumidamente, ele fala sobre beber Maneshevitz (creio que seja vinho kasher) na sexta de noite em que eles saem para aterrorizar os não judeus e se divertir com as não judias, mas se preocupando de voltar pra casa até sábado de manhã. Fala “somos os Brews” (Brew tem a ver com fermentação como na cerveja, por exemplo, mas acho possível também ser alguma gíria para judeu.) como também frisam que usam tatuagens anti-suástica e se definem como ortodoxos e hassídicos (o que é contraditório, mas eu lembro que é brincadeira) enquanto gritam “oi! oi!” (lembrando que o movimento “Oi!” é um movimento que une segmentos do movimento Punk e do Skinhead. Tanto os Punks quanto os Skinheads Oi! tem características próprias. Por exemplo: Nem todo Skinhead é Oi!, mas todo Skinhead que tem ligação com a música e a cultura Punk é Oi! Assim como a maioria dos Skinheads não são nazistas ou fascistas, mas são Oi! e todo Skinhead que seja nazista ou fascista, querendo ou não, é oi!.) e falam que coturno Dr. Martin (coturno clássico do Punk Oi! e Skinhead) é bom pra fazer marca de Waffles no queixo dos outros, pois reputação se ganha através de intimidação e que pacifismo não é mais a tradição, pois eles são os garotos hebreus skinheads do gueto de Fairfax. Durante a música, eles usam termos em hebraico e iídiche como “Goy”, “Shagitz”, “Schiksas”, “Mashugana” e “Chustpá”.


NOFX – The Brews



Falando em Bar Mitzvá, o rapper super badalado Drake fez uma “re-celebração” do seu Bar Mitzvá em 2011 aos 25 anos. Duas coisas que me surpreenderam sobre o cantor logo quando tive certa curiosidade sobre ele quando um dos meus melhores amigos me mostrou esse vídeo, o fato dele ser judeu e canadense. Até então, para mim, era só mais um cara bonito e rico que trafegava entre o Pop e o Rap. Acontece que não gosto nem de Pop e nem de Rap, salvo algumas coisas. Porém eu tenho profundo respeito por linhas mais tradicionais de ambos os estilos, principalmente do Rap por ser um movimento de contracultura e politizado em sua origem. Um fator, a meu ver, positivo de sua musicalidade é o fato de incorporar elementos de R&B no seu Rap/Trap Pop. Aubrey Drake Graham nasceu em uma família humilde em Toronto filho de uma professora de inglês judia Ashkenazi e um baterista negro e católico do Tennessee. Sua carreira começou na série Degrassi: The Next Generation quando tinha 14 anos. Entre 2006 e 2009, Drake lançou algumas músicas até ser descoberto pelo rapper e produtor. Uma coisa que gerou muita notoriedade midiática foi o seu relacionamento conturbado com a cantora Rihanna entre 2008 e 2019.


Drake – HYFR (Hell Ya F*** Right ft. Lil Wayne


Beastie Boys surge em Nova Iorque em 1978 unindo duas coisas que estavam em notável ascensão, o Rap e o Punk. Sendo consideradas uma grande pioneira do Rap Rock, Beastie Boys tem sua origem numa banda de Hardcore experimental chamada Young Aborigines com Michael “Mike D” Diamond nos vocais, Jahn Berry na Guitarra, Kate Schullenbach na bateria e Jeremy Shatan no baixo, antes mesmo da entrada de Adam “MCA” Yauch e Adam “Ad-Rock” Horovitz. Em 1981, Shatan sai da banda e entram MCA e Ad-Rock e se reorganiza se tornando o que são hoje (no caso, até 2012).

Acontece que Ad-Rock, MCA e Mike D tinham mais em comum além da paixão por Punk/Hardcore, Rap e uma enorme veia cômica, os três eram judeus novaiorquinos. Com muito bom humor e piadas até exageradas, Beastie Boys conseguiram unir com maestria duas grandes vertentes da música que até então não se falava em fundir. Inclusive, tiveram destaque por ser a primeira banda de rappers brancos que fez sucesso. Lembro até de um episódio da série Todo Mundo Odeia o Chris que o irmão de Chris ganha uma fita K7 e é avisado “são rappers brancos... e são bons”, porém esse não acredita e dá pouca importância, tendo em vista que a série se passa nos anos 1980s quando a banda começou. Porém do meio para o final da década, já era um sucesso entre os jovens com suas músicas e clipes rebeldes e engraçados unindo duas das principais tendências musicais jovem. Eles sabiam reversar bem entre elementos eletrônicos que se tornaram predominantes no Rap e banda orgânica fazendo tanto Rap quanto Punk, o que pode dizer que tem um destaque nesse ponto também. Porém, nunca foi uma banda verdadeiramente importante para o cenário do Rap ou do Punk quanto musicalidade, nenhum dos dois grupos irá usá-los como referência de seus gêneros a menos que seja para falar da fusão em si, ou de como um clipe era legal ou por serem a primeira banda relevante de rappers brancos.

Resumindo brevemente a origem de seus “líderes”, vou começar por Mike D é filho de um negociante de arte e uma designer de interiores e colecionadora de arte, o que o fez crescer em meio artístico. Ad-Rock é filho de um diretor e compositor judeu e mãe de origem irlandesa e católica (inclusive tem uma irmã produtora de TV), foi ele o responsável por incorporar o Rap nas músicas. Por último eu deixei o mais “diverso”, MCA era filho de um arquiteto católico com uma assistente social judia, porém ambos não religiosos. MCA se descrevia como tendo “tripla personalidade” para explicar seus lados e até os personagens que criava para eventos sociais: Existia o jovem punk judeu skatista que gostava de Rap e se divertir; existia o diretor de cinema intelectual escocês (e idoso) e o ativista político e social budista. Infelizmente MCA morreu de câncer em 2012.


Beastie Boys – (You Gotta) Fight For Your Right (To Party)


Ron Raphael Braunstein é uma figura mítica nas cenas Rap, Hardcore (novaiorquino), Metal e, podemos assim dizer, judaica. O terceiro baixista da “minha” banda Ivan Motosserra Surf&Trash foi o grande Galf, um ser lendário no Rap baiano muito bem respeitado, porém a maioria dos seus fãs não sabem que suas origens são das profundezas da bagaceira underground. E me atrevo a dizer que o Metal e o Punk são tão importantes quanto o Rap na sua constituição. No tempo que passamos juntos dividindo um sofá cama na casa do guitarrista e “líder” da banda, Rogério Gagliano, nossa trilha sonora basicamente era Punk 77, Crust Punk, Crossover e Metal Extremo (rolava uns Bregas também e teve uma fase Wilson Aragão) e passar horas conversando sobre isso. Por vir de família evangélica religiosa (mas ele não é um cara religioso e até diria um tanto profano) tinha um conhecimento notável sobre liturgia judaica e até arranhava uns termos em hebraico. Nessas conversas sobre nessas conversas sobre política e ser judeu ou negro dentro do Punk e do Metal, ele me apresentou Necro. Necro é um Rapper novaiorquino cujas raízes também são do Punk e do Metal. Uma coisa brilhante que eu achei foi ele conseguir criar fusões entre Hardcore e Rap ou Death Metal e Rap. Podemos dizer que sua linha principal é o Gangsta Rap, mas ele leva isso além e desenvolve coisas como Horror/Death Rap ou Horrorcore com Hardcore Hip Hop ou “Rap Metal”. Seu Rap deixa bem claro duas coisas: que ele é um “gangster judeu” e que ele é um Headbanger (metaleiro).

Necro é irmão do também rapper Ill Bill e nasceu de uma família de imigrantes israelenses de origem romena. Na música que eu escolhi, ele faz uma grande homenagem ao Metal com um clipe que intercala imagens de shows de bandas icônicas de Metal e imagens dele expressando deu “judéidade gangsta”.


Necro – Jewish Gangsters


William “Ill Bill” Braunstein é o irmão mais velho e um pouco mais famoso -creio que pelo tempo e por projetos em parcerias que fez- de Necro. E segue exatamente a mesma linha. As poucas diferenças que pude notar no estilo que adotaram é que Necro demonstra mais orgulho judeu e Ill Bill demonstra mais orgulho de suas origens Headbanger, mas não se engane, ambos são rappers judeus headbangers Gangsta.


Heavy Metal Kings (Ill Bill$Vinnie Paz feat. Garetex)


Evan Seinfeld é sem dúvidas a figura mais polêmica dessa lista e talvez de todas as litas que eu fiz nessa coluna. Ele é cantor, ator e diretor, fotógrafo, roteirista, produtor e ator pornô. Curiosamente eu conheci sua carreira de forma distinta quando ainda criança (falo dele como músico e ator de televisão), pois eu já conhecia a banda Biohazard graças ao meu irmão mais velho que me introduziu ao Punk e Metal, e conhecia seu trabalho na série Oz que passava no SBT sem saber que eram as mesmas pessoas até entrar na adolescência.

Biohazard é uma grande banda de Hardcore novaiorquino com muita influência de Metal e de Rap nas músicas. Basicamente eles tinham a sonoridade e visual bem típica do Hardcore novaiorquino com influência de Metal, e tinham a letras e marra bem típicas do Hardcore novaiorquino com influência de Rap. Vale lembrar que o Hardcore tem duas vertentes, por assim dizer, principais que seria Nova Iorque e Califórnia que dão elementos musicais e estéticos diferentes para as bandas da cena. Além de ser uma das principais bandas que flertaram pelo Crossover (Punk/Hardcore com Metal) foram uma das primeiras bandas a gravar com rappers e criar uma espécie de Crossover entre Hardcore e Rap que abriu caminhos tanto para o Hardcore Hip Hop, quanto Metal Rap, Groove Metal e New Metal.

Existia uma série da HBO que passava sempre tarde da noite entre sexta e domingo no SBT, essa série era Oz. Oz era uma série violentíssima com trama e subtramas extremamente interessantes, envolvente e surpreendentes. Se passavam em um presídio fictício dos EUA e focado em alguns personagens principais cuja maioria estava alojada no pavilhão especial. Além de personagens profundos e conflitantes, existiam os grupos e gangues que deixavam tudo mais interessante e perturbador. Havia mafiosos italianos, gangster negros, negros religiosos mulçumanos, irlandeses, latinos, chineses, homossexuais, idosos, deficientes, motoqueiros, nazistas, guardas certinhos, guardas corruptos, independentes e até uns judeus russos. Acontece que nessa série os motoqueiros não são nazistas, mas são aliados dos nazistas e Evan Seinfeld né o líder dos motoqueiros, o que é estranho pois não só o ator é judeu, como ele tem uma estrela de Davi tatuada no peito e é circuncidado (aparece quando ele vai para “o buraco”). Nas primeiras temporadas ele é muito pouco explorado, mas lá para quarta ou quinta, se desenvolve melhor o personagem falando que ele era um jovem rico que enlouqueceu e acabou se tornando líder de uma gangue de motoqueiros. Tem uma época que ele começa a ouvir a voz de D’us falando com ele e tem um outro episódio que ele canta um Rap em um show de talentos.

Creio que sua fase artística mais polêmica seja sua entrada na indústria de entretenimento adulto após se casar com a atriz de filmes adultos Tera Patrick que, para não sair da profissão, começou a fazer filmes só com seu marido. Porém eles se separaram e Evan tomou gosto e lançou sua própria produtora e site onde conheceu sua segunda esposa Lupe Fuentes.

Outra curiosidade interessante é que Evan Seinfeld é sobrinho do grande comediante judeu Jerry Seinfeld que ficou famoso no final dos anos 1980s com apresentações Stand Up e ganhou um programa de TV com bastante popularidade nos anos 1990s.


Biohazard – Punishment


Scott Ian Rosenfeld é um conhecido “arroz de festa” do Metal, além de ser fundador de uma das maiores banda de Thrash Metal, Anthrax, Scott Ian participou de diversos projetos e várias participações especiais com outros grandes artistas. Além de Anthrax, The Damned Things, Motor Sister, Mr. Bungle, S.O.D. e Damnocracy foram alguns dos seus projetos de destaque. Também teve suas aparições na TV como Married... With Children, no desenho Metalocalypse, The Walking Dead, no filme Metal Lords, como em programas na VH1 como NewsRadio, That Metal Show e VH1’s Rock Show.

Como bom Headbanger, ouvia muito Black Sabbath, Iron Maiden, Motörhead, Judas Priest, AC/DC e Accept. Mas não ficou só no Metal, também tendo Ramones como uma das suas principais referências. Interessante que Anthrax quebrou um pouco da marra metaleira típica dos anos 1980s incorporando roupas mais leves como bermudas, adesivos de desenhos animados, cortes de cabelo “malucos”, algumas letras engraçadas e ser uma das primeiras bandas a introduzir elementos típicos do Hardcore/Punk. Não só isso, em “I’m The Man” eles fazem um Rap orgânico (sem usar equipamentos eletrônicos) baseado em “Hava Naguila” com distorções bem pesadas e viradas rápidas para introduzir um Metal/Punk e uma letra que brinca com os headbangers conservadores que não aceitavam Punk/Hardcore e muito menos Rap entre os seus. Até hoje esse assunto é muito polêmico. Por coincidência ou não, geralmente os headbangers musicalmente conservadores dentro de seu gênero, são politicamente e socialmente conservadores também num discurso contraditório que mistura uma postura culturalmente subversiva do ponto de vista moral com uma tendência conservadora autoritária que não condiz com sua filosofia de vida. Geralmente esses são anti-religião e misturam esse discurso para serem antissemita também, ignorando que alguns de seus ídolos eram judeus ou homossexuais ou simplesmente ideologicamente contrários.

Um caso curioso de se contar é um que o próprio Scott Ian fala no documentário sobre Lemmy Kilmister que em um dos primeiros grandes shows do Anthrax, Lemmy chegou para e outro integrante que agora não lembro e elogiou o show como também os convidou para tomar umas. Acontece que Lemmy sacou uma garrafa de seu uísque favorito, Jack Daniels. Então Scott Ian pensa “Nossa! Nós vamos dividir uma garrafa de Jack Daniels com Lemmy!”, mas Lemmy puxa mais duas e fala que era uma para cada. Bem, Scott Ian não lembra com exatidão de tudo que ocorreu depois, mas deve ter sido bem divertido.


Anthrax – I’m The Man


Nem todos sabem disso, mas quem criou o Death Metal, uma das principais vertentes do Metal foi um judeu musicalmente genial chamado Chuck Schuldiner quando montou a banda Death em 1983. Seu pai era judeu filho de imigrantes Austríacos e sua mãe era sul-americana convertida ao judaísmo. A verdade é que Chuck sempre foi um jovem revoltado contra o sistema e suas instituições que “só manipulam, controlam e mentem”. O Death Metal do Death não é tão pesado quando acabou se tornando, mas já trazia uma obscuridade e um peso nunca vistos. Assim como a união de duas grandes paixões, o Heavy Metal e o Jazz clássico fizeram se tornar um músico único e dono de uma técnica que revolucionou a música. Me atrevo a dizer que no Metal Extremo, coisa que ele ajudou a construir, houve poucos como ele. Tanto que nenhuma banda do próprio gênero que criou conseguiu se aproximar ao que ele fez, ou são bandas mais pesadas e rápidas com estrutura musicais mais “simples” ou são extremamente técnicas, não conseguindo achar o equilíbrio maligno que o Death tinha. Não sou um grande fã do gênero em si, mesmo que algumas bandas de Death Metal tenham mudado minha vida completamente como Cannibal Corpse e Deicide, mas Death é algo que me arrepia todo. Suas letras, podendo até serem consideradas mais leves que o que veio depois, criticavam a sociedade, a política, religiões ou falavam soturnamente de eventos míticos, mas sempre podemos reparar numa humanidade corrompida que age como inimiga de si.

Chuck aprendeu a tocar guitarra praticamente sozinho e fez sua primeira apresentação quando ainda estava na escola. Saiu de casa ainda cedo e foi morar num quarto alugado no subterrâneo de um prédio de forma bem precária. Em 1999 ele foi diagnosticado com câncer e não tinha dinheiro para pagar a cirurgia que era muito cara (lembrando que nos EUA não tem sistema público de saúde como aqui). Ele continuou trabalhando, mas sua situação foi piorando e sua mulher, através da impressa, pediu ajuda para quem pudesse. Muitos músicos como Korn e Red Hot Chili Peppers e Kid Rock leiloaram instrumentos para ajudar. Chuck chegou a fazer uma cirurgia e contratar um seguro, mas a seguradora negou pagar a cirurgia, pois Chuck já fez o plano do seguro saúde com o câncer. Em 2001 Chuck morreu, mas sua música continua viva.


Death - Spiritual Healing


Red Hot Chili Peppers é uma das bandas de Rock mais famosas da atualidade e até diria que hoje tá bem mais pro Pop Rock. Porém, podemos dividir a trajetória da banda em duas grandes fases e Hillel Slovak está diretamente ligado a isso. Na sua primeira fase, Red Hot Chili Peppers fundia Funk Metal e Rap Rock, basicamente, e em sua segunda fase, se tornou musicalmente mais alternativo e mercadologicamente mais Pop inclusive incorporando baladinhas em seu repertório. Obviamente eu prefiro a primeira fase que era bem mais “crua”, simples e rebelde.

Por mais que tenha havido notoriedade nos anos 1980s, foi nos anos 1990 que Red Hot Chili Peppers conseguiu atingir um público maior e mais variado, progressivamente cada vez mais vendável. Anthony Kiedis e Flea já tinham destaque por seu jeito despojado e presepeiro, inclusive participando de filmes como Caçadores de Emoções e Rotação Máxima. Seus clipes sempre foram muito irreverentes e suas letras engraçadas. Inclusive, sempre mostrando os corpos quando possível. Mas, dos fãs que foram adquiridos pós anos 1990s, poucos sabem sobre Hillel ou dão importância para a origem da banda. Não quero fazer uma comparação entre Hillel e John Frusciante, mas acho que ambos merecem respeito igual.

Hillel Slovak nasceu em Haifa e cresceu num Kibutz filho pai iugoslavo e mãe polonesa que sobreviveram ao holocausto. Ainda jovem, a família se mudou para o EUA. O Israeli Cowboy era um grande amante de Hard Rock, Funk, Speed Metal e Reggae e isso fica claro na sua música. Ele e Anthony Kiedis, vocalista, se tornaram melhores amigos. Inclusive a morte de Slovak por overdose em 1988 foi um fator crucial para vida de Anthony Kiedis e impulsionou sua primeira tentativa de largar as drogas.


Red Hot Chili Peppers – Fight Like A Brave


Alecia Beth Moore Hart ficou internacionalmente famosa no fim de 1990s como P!nk, uma cantora e dançarina de Pop com fortes influências de R&B e tentava se vender como a mais “roqueira” entre as cantoras Pop, assim como a mais rebelde. Depois esse posto passou para Avril Lavine. P!nk sempre teve orgulho de suas origens, tanto a irlandesa germânica por parte de pai quanto a judia lituana por parte de mãe, mas ele se identifica mais com sua origem judaica, em palavras da própria.


P!nk – So What



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