top of page

As aventuras de um vocalista de rock baiano em Israel

Bruno Passy cresceu na comunidade baiana enquanto fugia pra mundos fantásticos com amigos em intermináveis sessões de Role Playing Games e planejava sua carreira de músico. Depois de anos conquistando corações ao lado de sua banda Batrákia, decidiu abandonar tudo e ir em busca de uma vida mais confortável em Israel. Uma vez por lá, a música continuou falando mais alto e ele brincou por um tempo até formar a Vessel, seu novo projeto, pra conquistar corações do outro lado do mundo!



O que fez você ter vontade de conhecer Israel?


A princípio foi mais pela oportunidade de ir morar fora do Brasil mesmo. Ao reatar alguns laços familiares descobri que Israel podia me oferecer essa chance. Após isso descobri que apesar de ser pequeno, o país é gigante culturalmente e cheio de lugares históricos.


Você foi através de algum programa da Agência Judaica ou algo assim? Qual programa e o que você achou dele?


Sim. Fiz Aliyah através da agência judaica de São Paulo. O processo é bem tranquilo e relativamente rápido se você estiver com tudo pronto.


Teve dificuldades para se adaptar aos costumes e à língua?


Sim. A grande barreira é o hebraico. Depois de 3 anos aqui ainda estou aprendendo. O israelense também é difícil de lidar. A primeira impressão que se tem geralmente é de que são rudes e mal educados, mas isso não é bem verdade. Aos poucos você aprende que aqui as coisas são assim, muito diferentes do costume brasileiro mas que não é nada pessoal. Em verdade eles são até bem solícitos e gostam de ajudar. São bem diretos e não tem vergonha de nada, fazendo com que o dia a dia por aqui seja bem interessante!



Por que resolveu ficar em Israel? Acha que realmente Israel tem boas oportunidades de estudo e trabalho?


Apesar de ser um pais absurdamente caro, a qualidade de vida aqui compensa. É possível de conseguir empregos que lhe garantam uma vida digna mesmo sem hebraico. Caso o imigrante seja judeu, os beneficios dados pelo governo sao muitos, desde cursos da lingua e profissionalizantes ate mesmo bolsas financeiras que dao uma forca pra quem vem com poucos recursos.

A segurança que se tem nas ruas, a liberdade de andar despreocupado a noite dentre outras coisas básicas do dia a dia para mim foram bem impactantes.


Como foi transferir a carreira de músico de Salvador para Israel?


A música foi minha prioridade assim que cheguei aqui. Logo nos primeiros 4 meses já arrumei uma banda com israelenses que procuravam fazer um rock alternativo. Me ajudou bastante a me enturmar. O israelense gosta muito de música em geral, o que tornou essa etapa fácil. Fora que você tem contato com outros ritmos e sons típicos da ásia e oriente médio. Enriquece bastante porque você acaba conhecendo muitos outros estilos.



Quais as grandes diferenças que você enxerga agora entre Brasil e Israel pra ter uma banda de rock?


Existem muitas diferenças. A principal que notei foi que mesmo as bandas do underground conseguem ter acesso a boas casas de shows e equipamentos. A cena do rock é muito pequena, fazendo com que de certo modo, quase todo mundo se conheça! O Brasil, apesar de oferecer um público gigantesco, é um país um pouco difícil de exportar material pra fora. Já aqui, você tem um pouco mais de facilidade para alcançar o mercado europeu por exemplo.

O que é uma pena pois quando eu falo que sou do Brasil todos reconhecem a força musical do país, até mesmo no heavy metal com o Sepultura e Angra.



Fale um pouco do seu novo projeto, a Vessel.


A Vessel é o meu bebê. Surgiu inicialmente com alguns amigos que já me conheciam do Brasil e queriam fazer um som sem compromisso. Depois de um ano e meio resolvemos começar a fazer mais músicas autorais e levar o processo de forma profissional. Lançamos 3 músicas e conseguimos chamar a atenção de uma gravadora chamada Golden Robot Records, que tem sede na Austrália e EUA. A partir daí lançamos um EP com 5 músicas e hoje estamos em processo de gravação de mais 2 músicas. O plano é tentar gravar um álbum completo na Alemanha já ano que vem, se o corona permitir.

Atualmente somos a única banda que faz um heavy metal clássico por aqui.



Como tem sido a adaptação em relação à alimentação? Algo que você goste muito aí ou que sinta muito a falta?


A comida do Brasil é incomparável! Não tem como negar. Mas aqui voce acaba descobrindo muitas outras coisas como por exemplo o falafel, humus, shawarma etc. Outra coisa também é que a alimentação aqui acaba sendo muito mais saudável (até por falta de opção! Risos!).

Eu sinto falta de muita coisa do Brasil, desde o básico do arroz e feijão até uma churrascaria. A comida aqui pode se tornar uma dificuldade pra quem é mal acostumado como eu (risos)! Mas no final faz parte também do aprendizado e você acaba por conhecer e gostar de muita coisa local. O mercado de rua aqui é mandatório para quem vem visitar!



E a saudade de casa, da família, dos amigos e do Brasil, como fica?


A gente sempre sente falta. Mas com a tecnologia de hoje em dia, isso acaba por não me afetar tanto! Falo com meus amigos e família todos os dias! Um sentimento curioso é que aqui, por alguma razão, você meio que se sente em casa. As vezes até esqueço que estou em um país quase do outro lado do mundo (risos).



Pra quem quiser ouvir o som da Vessel, segue o primeiro vídeo oficial:





166 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page