Quinta, à noite (08-12-2020 de quinta para sexta-feira) – 25 de Kislev começamos uma outra festa (com duração de oito dias) que salvou o nosso povo de sucumbir religiosamente e, consequentemente, nossa morte física: Chanuká. Os eventos que ocorreram foram na época do Segundo Templo, durante o domínio grego da dinastia selêucida. Foi a primeira vez que começaram perseguições mais contundentes ao nosso povo.
Era por volta do ano 333 a.e.c que começaram as conquistas de Alexandre Magno com o helenismo invadindo a região dividida entre a dinastia de Ptolomeu e a dos Selêucidas. Tudo ia bem, até que formou-se uma rica aristocracia judia ligada ao governo que enriqueciam às custas de camponeses judeus através de alta cobrança de impostos. Este grupo aristocrático era chamado de helenizantes, pois abandonaram as tradições judaicas.
A partir daí, o rei selêucida Antíoco IV começou a propagar a cultura grega, espalhando o helenismo com muita sagacidade. A religião judaica começou a ser perseguida e o povo judeu foi proibido do cumprimento dos preceitos judaicos, transformando o Templo de Jerusalém em um santuário consagrado a Zeus. Esta profanação acabou provocando, pela primeira vez, o Kidush Hashem em massa que consistia em uma resistência passiva e que, em pouco tempo, ficou mais acirrada liderada pelos Hasmoneus (Macabeus) – tribo de sacerdotes judeus com duração de vinte anos.
Então ocorreu a revolta dos Macabeus em Modiin liderada pelo Cohen Matitiahu, situada nas colinas ao leste da cidade de Lod. Logo o cohen assassinou aos gregos que queriam sacrificar porcos no altar do Templo. O Cohen disse “Quem está com D’s, que venha comigo”. Depois da quarta batalha, dois anos depois, o filho de Matitiahu (neste momento já falecido), Iehudá Macabi libertou Jerusalém em 164 a.e.c.. Em seguida, o Templo foi purificado e os ídolos destruídos. Entretanto, restava um pouco de azeite para queimar no candelabro (Menorá) apenas um dia. Para produzir mais azeite eram necessários 8 dias e o azeite durou 8 noites milagrosamente. Tivemos uma vitória espiritual e militar e a Menorá continuou acesa durante 8 dias até o novo azeite ser produzido.
CHANUCÁ - CHANU – descansaram e CÁ – com as letras CAF e HE, cujo valor numérico é 25, os macabeus descansaram no dia 25 de Kislev. O historiador Flávio Josefo Chama esta festa de “Festa das Luzes” e no livro dos Hasmoneus de “Festa de Sucot de Kislev” em memória da última festa de Sucot antes da libertação de Jerusalém.
Em comemoração a este tempo glorioso, festejamos as luzes da Chanukiá logo depois do anoitecer num lugar visível, normalmente na janela a fim de divulgar o milagre. Lembrando a forma como devemos acender a cada dia de acordo a figura abaixo.; o número da vela corresponde a primeira que deve ser acesa depois do Shamash que nesta figura fica à esquerda. Lembrando que na segunda noite será Shabat (sexta-feira), então acendemos primeiro as velas de Chanuká (antes de 17:35) e, só depois, as velas de Shabat. E no terceiro dia que será no sábado à noite, acendemos depois das velas de Havdalá (18:25)
Luzes, velas, ação!
Primeiro, acende-se o shamash (a luz escrava), depois pronuncia-se as seguintes bênçãos: 1. Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech Haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner Chanucá.
Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou acender a vela de Chanucá. 2. Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech Haolam, sheassá nissim laavotênu, bayamim hahêm, bizman hazê.
Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que fez milagres para nossos antepassados, naqueles dias, nesta época. Na primeira noite ou pela primeira vez, acrescenta-se: Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech Haolam, shehecheyánu vekiyemánu vehiguiyánu lizman hazê.
Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos deu vida, nos manteve e nos fez chegar até a presente época.
Shabat Shalom Umevorach
Chag Chanuká Sameach
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