
Ontem, 15 de janeiro de 2025, finalmente após dias de negociação no Qatar, autoridades israelenses, palestinas e mediadoras chegaram ao que chamamos de acordo de cessar-fogo, que prevê o retorno de reféns e a soltura de prisioneiros e terroristas.
Independente dos termos do acordo, que impõem cruéis fases na liberação de inocentes homens, mulheres e crianças brutalmente sequestrados há 667 dias e das polêmicas políticas daqueles que são a favor ou contra o mesmo, é necessário extrair importantes pontos humanitários sobre as pessoas que serão libertadas.
Começamos por comparar as razões pelas quais essas pessoas perderam suas liberdades. Enquanto do nosso lado inocentes foram vítimas de terríveis crimes durante o massacre de 7 de outubro e levados sem razão alguma, todos os palestinos presos são terroristas com sangue em suas mãos, prisioneiros de tentativas de atentados e prisioneiros de guerra.
Comparamos os tratamentos recebidos pelos sequestrados com os dos criminosos palestinos presos em Israel. Desde o primeiro dia em que foram levados, muitos estavam feridos e debilitados. Sabemos por relatos dos próprios sequestrados liberados no primeiro acordo, que passaram horrores nos 50 dias de cativeiro, das condições sub humanas com que foram tratados. Presos em túneis escuros, sem direito a alimentação, água, remédios, sofrendo torturas e abusos físicos e psicológicos, muitos acabaram perdendo a vida. Outros simplesmente foram assassinados.
O desprezo pela vida humana mostrado pelo Hamas e outros grupos terroristas extremistas chega ao ponto de não sabermos quantos ainda vivem e em que condições físicas estão.
Enquanto as entidades de direitos humanos atuam nas prisões israelenses, onde os internos têm tratamento conforme todas as leis, inclusive assistência médica nos mesmos hospitais israelenses que servem a população do país, os sequestrados não tiveram tais privilégios.
E por fim, vemos aqui em Israel os preparativos para receber de volta os sequestrados, que mobiliza um exército de profissionais entre médicos de todas as especialidades, psicólogos, assistentes sociais (também para os familiares) e espaço nos hospitais do centro e do sul para aqueles em condições extremamente críticas e comparamos com as condições dos palestinos que serão libertados das prisões israelenses. Esses sairão andando normalmente e pelo acordo firmado, muitos serão transferidos a outros países, para ficarem livres de serem novamente capturados.
Nas próximas fases do acordo, dependendo da boa vontade dos terroristas com o cessar-fogo, a população palestina do norte de Gaza retorna, inicia-se a reconstrução do que foi destruído na guerra, com fornecimento de gigantesca ajuda humanitária e a liberação de criminosos. Tudo isso para que continue o retorno dos reféns ainda vivos e dos corpos dos assassinados.
Não é o melhor acordo, mas o único e Israel paga altíssimos preços por travar uma guerra com reféns envolvidos. No momento só pensamos no retorno dos nossos irmãos sequestrados e dos soldados que estão em Gaza.
Comentários