Shabat Slichot
- Marcos Wanderley

- 10 de set.
- 2 min de leitura
“Entre o Crepúsculo e o Clamor”
Neste Shabat Slichot, caminhamos por uma ponte invisível entre o tempo e a eternidade. O dia de descanso se torna um limiar — entre o que fomos e o que podemos ser.
“Shuvu elai ve’ashuva aleichem” — “Retornem a Mim, e Eu retornarei a vocês” (Malachi 3:7).
Este chamado não é um grito. É um convite. Um gesto divino que nos alcança no silêncio do Shabat, antes que nossas vozes se ergam nas madrugadas.
“O Shabat como Portal”
O Shabat Slichot é mais do que uma pausa — é um portal. A tradição ensina que neste dia, os portões celestiais se entreabrem, não para julgar, mas para acolher.
O Midrash nos diz que D-us está mais próximo dos que retornam do que dos que nunca se afastaram. E neste Shabat, somos todos viajantes voltando para casa.
“A Alma que Escuta”
Antes de pedir, escutamos. Antes de falar, sentimos.
A neshamá yeterá — a alma adicional do Shabat — nos dá olhos para ver além da superfície, e ouvidos para escutar o que o coração sussurra.
Como ensina o Zohar: “Leit atar panui minei” — “Não há lugar vazio Dele.”
Neste Shabat, até o silêncio está cheio da presença divina.
“O Tempo que Respira”
O Shabat Slichot é um tempo que respira.
Respira esperança. Respira retorno.
É o momento em que o tempo desacelera para que possamos acelerar por dentro.
Como o Rav Kook escreveu: “O arrependimento não é um peso — é uma melodia que a alma canta quando se lembra de quem é.”
Que neste Shabat Slichot...
Possamos repousar não apenas o corpo, mas também as mágoas.
Possamos escutar não apenas o silêncio, mas o chamado.
Possamos sentir não apenas o tempo que passa, mas o tempo que nos chama.
E que, ao nos aproximarmos de D-us, possamos também nos aproximar da nossa verdade — com coragem, com ternura, com fé no recomeço.
Shabat Shalom Umevorach
Shaná Tová Umetuká



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