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Ekev ("Como consequência...")

Parashat Ekev ("Como consequência...")

Sidra 46º da Torá; 3º do sefer Devarim. Entre pesukim 7:12 e 11:25.

Haftarah em Yeshaiah 49:14 – 51:3.


Todas as mitsvot devem ser respeitadas e cumpridas, porque desta forma Israel é abençoado. Moshê anuncia que a entrada e conquista da Terra Prometida será feita de forma lenta e gradual, caso contrário a terra ficaria cheia de animais selvagens. Reitera-se a obrigação de apagar todos os vestígios de idolatria. Moshê enfatiza a singularidade da Torá e sua estrutura imutável.


Imagem de Gerd Altmann por Pixabay


A generosidade de H'Sh’m é lembrada, que supriu as necessidades do Povo, em troca de nada, ou pior, em troca de reclamações e rebeliões. Moisés descreve a terra de Israel como abundante em trigo, centeio, uvas, figos e romãs; onde as oliveiras crescem profusamente e há mel de tâmaras.


Lembra Israel a não acreditar em seus próprios méritos, pois o sucesso não é deles, mas tudo é obra de H', que os protege e os guia com cuidado e zelo. Além disso, os cananeus não são expulsos pela bondade demonstrada por Israel, mas são vítimas de seus próprios pecados e de suas perversões que levaram à decadência e à degradação. Já que os israelitas não podem ser julgados com rigidez, pois sua história é um colar contínuo de pecados, queixas, revoltas, insolências e contestações contra H'.


Assim que alguns dias se passaram desde que eles contemplaram a majestade de H', no Monte Sinai, quando da entrega da Torá, eles já estavam pecando vilmente, o que continuaram a fazer durante os vários anos no deserto.


Diferentes momentos da história recente do Povo são lembrados, algumas mitsvot sociais são enfatizadas, não por graça do povo, mas porque são ordens de H'. Reitera-se o dever de proteger os filhos de Levi, por não possuírem posses territoriais. Afirma-se que o judeu deve ser fiel ao Eterno e tentar copiar Suas ações, para ser uma boa pessoa e confirmar a eleição de Israel como o povo sacerdote de H'.

Lembre-se como das setenta almas que desceram a Mitzraim nos tempos de Yosef, a bondade do Eterno permitiu que momentos antes de entrar em Israel fossem tão numerosas quanto as estrelas no firmamento. A parashá relata as recompensas pelo cumprimento das Mitzvot bem como o castigo por causa das transgresssões.

O que a Torá para você? Cada judeu tem uma forma diferente de ver a Torá, seja pela literalidade parcial ou total, seja pelas múltiplas interpretações possíveis e aquilo que é aplicado em sua vida – uma decisão pessoal e intransferível. Torá é comparada a árvore da vida – Etz Chaim. E nesse sentido, percebemos a importância do respeito que devemos ter. É o alicerce de sustentação de nossa existência. Afinal, a Torá e o Mishkan representavam a realeza do judaísmo. A partir dessa comparação, começamos a compreender por que a Torá fica guardada em uma caixa de madeira mesmo com a presença do ouro, ou seja, a Torá tem que ser envolvida por algo que tenha origem viva (a madeira – as árvores) e o ouro, a realeza. Então, procuramos entender por que Moshê colocou as tábuas dos mandamentos na caixa de madeira. Observe a relação com a Arca de Noé. Tudo está interligado. A Torá reside em nós que reflete em nossos corações e das práticas judaicas.


Moshê Rabenu ressalta a mensagem moral para todas as eras em relação aos milagres ocorridos e tudo que fora vivido pelo nosso povo nos 40 anos no deserto. Tishá B’Av é o início reflexivo em direção ao mês de Elul e às Grandes Festas e isso nos faz lembrar a importância de boa parte de nosso destino que depende de nossas ações. As mais simples decisões vão acumulando-se e promovem realizações em nossas vidas. Rashi disse que, quando tropeçamos inadvertidamente em nosso calcanhar- Ekev, pensamos que não têm nenhuma repercussão, porém não é sempre assim. Não podemos viver somente pelo sustento ou pelo “milagre” em virtude de alguma negligência que cometemos e conseguimos nos livrar mesmo com erro anterior. Não podemos perder de vista a mensagem do Sinai e é por isso que precisamos ficar atentos aos ensinamentos da Torá. Mais do que parecer a obrigatoriedade do cumprimento de Mitzvot, é a possibilidade de ser feliz. A Torá não é um fardo, mas sim representa a vida – o Pirkê Avot nos ensina: “Quem é o homem rico? - Aquele que está feliz com sua porção”.


Shabat Shalom Umevorach

Marcos Wanderley



Referências:


  • serjudio.com

  • morasha.com

  • Ecos do Sinai

  • O ser judeu

  • Deus em busca do homem

  • Pirkê Avot

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