Lag Ba’Omer

Lag Ba’Omer é o 33º dia do Ômer (18 de Iyar do calendário judaico) – este ano de 2024 será ao pôr do sol do dia 15 de maio, de quinta para sexta-feira  – esse dia marca a  suspensão de um epidemia que dizimou os discípulos de Rabi Akiva, transformando o período do Ômer em semi-luto. Ele é um meio-feriado e desse modo é permitido realizar casamentos.  É uma festa especialmente popular em Israel. O país se enche de fogueiras. Essa data é celebrada com excursões e outros eventos alegres e quase meio milhão de pessoas visitam o túmulo – em Meron, no norte de Israel – do grande Sábio e místico, o Rabi Shimon bar Yochai – cujo aniversário de falecimento é justamente nesse dia. Todas as outras formas de semi-luto deste período são suspensas neste dia e é conhecida como a Festa dos Sábios. Entretanto, não há nenhuma observância ritual nesse dia.

Lag Baomer é citado em diversos contextos na literatura judaica, embora seu verdadeiro significado ainda seja um enigma. Segundo uma tradição, no 33º dia do Omer, uma epidemia parou de atormentar os estudantes de Rabi Akiva, que era o mestre de Rabi Shimon. Há também relatos que indicam que esta data marca a morte de Rabi Shimon bar Yochai, e que todas as festividades deste dia estão em sua memória.

Na literatura judaica, Lag Baomer é conhecido como o “Dia da Hilulá” de Rabi Shimon bar Yochai. “Hilulá” é uma palavra aramaica que pode ser traduzida como festa ou celebração de casamento. Normalmente, quando uma fonte judaica fala da Hilulá de Rabi Shimon, está se referindo à comemoração de seu casamento, na sua juventude. No entanto, quando um texto sagrado judaico afirma que Lag BaOmer é o “Dia da Hilulá de Rabi Shimon bar Yochai”, não está se referindo ao dia de seu casamento, mas sim ao dia de sua morte. Curiosamente, a palavra Hilulá, que é usada para descrever o casamento de Rabi Shimon, também é usada para marcar sua passagem deste mundo para o próximo.

Lag BaOmer é uma celebração judaica marcada por costumes vibrantes e significativos, que refletem tanto a história quanto a espiritualidade do povo judeu.

Um dos costumes mais icônicos da data são as fogueiras, acesas em praças e quintais, simbolizando a luz dos ensinamentos de Rabi Shimon bar Yochai. Esse grande sábio trouxe ao mundo profundos conhecimentos da Torá, e a chama das fogueiras representa sua sabedoria iluminando gerações.

Outro costume tradicional envolve as atividades ao ar livre, especialmente brincadeiras com arcos e flechas. Essa prática remete a tempos antigos, quando, segundo a tradição, esse período do ano não exigia chuvas, permitindo que as crianças brincassem livremente ao sol. Além disso, alguns veem os arcos e flechas como um símbolo da proteção espiritual.

Em Meron, Israel, onde está localizado o túmulo de Rabi Shimon, milhares de pessoas se reúnem para cantar, dançar e rezar. As festividades incluem música tradicional e momentos de reflexão, tornando-se um dos maiores encontros judaicos do mundo.

Lag BaOmer também marca um momento especial na vida de muitos meninos judeus: o primeiro corte de cabelo, realizado por volta dos três anos de idade. Esse ritual simboliza o início da educação religiosa da criança, destacando a importância do estudo e do aprendizado.

Além desses costumes, muitas pessoas aproveitam o dia para realizar casamentos e celebrações alegres, pois as restrições do período do Ômer são temporariamente suspensas.

Lag BaOmer é, acima de tudo, um dia de união, espiritualidade e alegria. Cada costume reforça a conexão com a história judaica e o compromisso com os valores e tradições que atravessam gerações.

Referências:

- Morashá.com

- Serjudío.com

- O Ser Judeu

- O mais completo guia sobre o judaismo