
Montagem por Roberto Camara Jr.
O Rebbe Nachman de Breslov (atual Ucrânia,1772-1810), era neto do Baal Shem Tov e é considerado um dos mais revolucionários e criativos rabinos do movimento hassídico, tendo falecido cedo de tuberculose, com relatos biográficos sugestivos de que padecia de episódios depressivos, nos legou uma obra marcada por contos fantásticos, cheios de mendigos, príncipes, reis e terras fantásticas.
Considerado uma das inspirações para Franz Kafka, um dos maiores escritores do século 20, pois compartilha com o Rebbe Nachman, contos cheios de paradoxos e sentidos ocultos. Assim como com Kafka, cujos escritos sobreviveram graças ao leal amigo Max Brod que desobedeceu suas instruções, o rebbe teve sua obra compartilhada para posteridade graças ao seu principal discípulo e amigo, Rebbe Nosson (ou Nathan), em ambos os casos os amigos foram instruídos a destruir todos os escritos.
Graças a lealdade de Rebbe Nosson, conhecemos o pensamento religioso de Rebbe Nachman de Breslov (ou Bratislava), que influenciou entre outros além de Kafka, o grande filósofo Martin Buber e o escritor Elie Wiesel, entre tantos outros, Sua filosofia religiosa, baseava-se na alegria (a despeito de sua luta contra a melancolia) e na busca pela proximidade de D´us e para tanto estimula que devemos nos dirigir a D´us, como ao nosso melhor amigo, de modo em como uma conversa normal, tendo desenvolvido, um sistema meditativo ( hitbodedut) que é um aspecto central de sua filosofia.
Em “ Se Eu quiser falar com Deus” ( 142 p, Ed. Sextante, 2006), temos um compilado de algumas preces adaptadas da obra de rebbe Nachman, que nos ajuda a degustar um pouco desse rebbe que não deixou sucessores e que ao contrário do esperado, não apenas teve seu pensamento sobrevivido, como atraído atenção dentro e fora dos círculos hassídicos.
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