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Discurso do Desembargador Mauricio Kertzman Szporer na Semana da Memória, que aconteceu no TJ-BA

“O mundo silenciou, mas nós não ficaremos calados”. Foi com essa frase que o único Desembargador judeu na Bahia, Mauricio Kertzman Szporer, iniciou sua fala na quarta-feira passada, durante a Semana da Memória realizada pela Comissão Permanente de Memória do Tribunal de Justiça da Bahia, que este ano escolheu os 80 anos do fim da Shoá como tema.


O desembargador Szporer prosseguiu: “Hoje temos a oportunidade de homenagear a memória contra o esquecimento. É preciso manter viva a lembrança para que nunca mais se repita o assassinato em massa, o genocídio como ideologia e a limpeza étnica como razão de estado.


O regime nazista promoveu a mutilação espiritual, a humilhação moral, a ruína material e a eliminação física de milhões de judeus, homens, mulheres e crianças. Vitimou judeus, comunistas, homossexuais, negros, ciganos, Testemunhas de Jeová e todos que considerou inferiores na raça, no credo, na cor ou na condição física.


O holocausto traz uma lição que urge não silenciar. Durante a segunda guerra mundial um terço dos judeus do mundo foi massacrado e morto; um milhão e meio de crianças judias assassinadas. Por pouco o regime nazista não conseguiu o seu intento.Hoje, oitenta anos depois, somos praticamente os mesmos dezoito milhões de judeus do mundo que éramos em 1939.


Tão vil quanto a aniquilação foi a humilhação, racismo, ódio e antissemitismo. Judeus foram vilipendiados, humilhados em praça pública, torturados e enviados a morte. O mundo silenciou quando seis milhões de judeus eram friamente assassinados cobrindo deliberadamente seus ouvidos para não escutarem os gritos de terror, o choro e a dor. Silenciou enquanto ouvia o ruído dos trens que levavam milhões a seu trágico destino final. Um mundo que não protestou pelas câmaras de gás, pelos campos da morte. Um mundo que emudeceu e foi cúmplice pelo seu silêncio.


 Para evitar um novo holocausto não adianta proteger a comunidade judaica, mas somente uma sociedade democrática entende a necessidade da convivência na diversidade. A democracia transcende a decisão da maioria e só é verdadeira quando as diversas minorias se sentem seguras e respeitadas.


Na ética dos pais que o tratado da Mishná, escrito no século III antes da Era Comum, o Rabino Ben Zoma pergunta: “Quem é sábio?” E ele mesmo responde: “Sábio é aquele que aprende com os outros homens”. Sejamos sábios na acepção do Rabino, e usemos o holocausto como aprendizado: holocausto nunca mais”, finalizou o Desembargador Szporer.

 

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