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Parashat Chukat-Balak

Sidrot 39 e 40 da Torá. Sidrot 6 e 7 do Sefer Bamidbar. Entre Pessukim 19:1 e 25:9. Haftará em Michá 5:6 – 6:8.

“A vaca do mundo”, pintura por Franz Marc, Public domain, via Wikimedia Commons

Resumo da Parashá


A Parashá Chukat começa com o Eterno falando com Moshê Rabenu Aaron os estatutos da Torá a serem transmitidos aos Benei Israel. Um decreto (Chukat HaTorá) inusitado que consiste em um cumprimento que não conseguimos compreender o propósito – Pará Adumá (a vaca vermelha), cujas cinzas eram para purificar os que se contaminavam ao entrar em contato com um falecido.


Saltamos 38 anos na história para o relato sobre o que ocorreu antes do povo entrar em Eretz Israel. Miriam falece e o povo fica sem água, pois o poço existia por mérito dela.


O Eterno ordena a Moshê e a Aharon que falem com uma rocha para produzir água de forma instantânea. Entretanto, Moshê golpeia a rocha com seu cajado e o Eterno diz aos líderes que não entrarão na Terra Prometida.


O povo judeu teve que fazer uma rota mais longa porque o rei de Edom não permitiu ir pelo caminho mais curto. Aharon falece, sendo sepultado no Monte Hor e o seu filho Elazar assume como Sumo Sacerdote


O relato da Parashá Balak conta a história de Bilam, profeta pagão que tentou amaldiçoar os Benei Israel. O Rei de Moav, Balak, contratou Bilam para essa jornada até o acampamento dos israelitas. Não obstante, ele pede permissão ao Eterno para falar somente o que o eterno colocasse em sua boca. Na viagem, um anjo bloqueia o caminho de Bilam e este reage golpeando o jumento desobediente por três vezes. Então, o Eterno faz com que o animal fale com Bilam. Então o Eterno permite Bilam veja o anjo em seu caminho, lembrando-o que só poderá falar as palavras que lhe foram ordenadas.


Ao aproximar-se do acampamento, tenta amaldiçoar os Benei Israel várias vezes, mas de sua boca só saem bênçãos e prece para a indignação de Balak.

A Parashá finaliza com os judeus errando com as filhas promíscuas de Moav e Midian. Então Pinchas, neto de Aharon, foi com uma lança atrás do homem de Israel até a tenda e atravessou a ambos pelo ventre. A mortandade cessou e os que morreram da praga foram 24.000.


Reflexão sobre a Parashá


A porção inicia-se com “D’s falou a Moshê e a Aharon, dizendo: Este é o decreto da Torá…


As nações zombam de Israel. Qual é o propósito do mandamento? A razão é que o termo “decreto” foi empregado para mostrar que é um estatuto Divino e que não se pode questionar, segundo Rashi (o maior comentarista da Torá). O mandamento da vaca vermelha não possui um motivo ou explicação aparente.


Entre os 613 mandamentos da Torá existem três categorias:


1 – Os que têm significado lógico como “não roubar”, “honrar aos pais”.

2 – Os que têm uma ação ritual religiosa como respeitar o Shabat, ouvir o toque do Shofar.

3 – E os que são, simplesmente, decretos do Eterno, sem explicação aparente.


Neste terceiro item, implica o preceito no início da parashá que consistia no sacrifício de uma vaca totalmente vermelha, intacta, que não tivesse sido usada para nenhum outro fim, para incinerar e utilizar suas cinzas para a purificação das pessoas que tiveram contato ou aproximação com um corpo humano sem vida – estas pessoas eram proibidas de entrar no Santuário nos tempos do Beit HaMikdash, tampouco tocar as coisas sagradas antes da purificação.


Por causa das regras tão rígidas, era muito difícil encontrar este animal. Assim, está escrito na Mishná que, desde a primeira vaca vermelha, somente 8 a mais foram sacrificadas. Para alguns sábios é um enigma, a ponto do próprio Shlomo HaMélech admitir desconhecer o significado. Outros sábios apresentaram algumas explicações. No Midrash há um relato que o Eterno determinou isso para que o povo pudesse expiar-se e redimir-se do pecado do bezerro de ouro e explicou através da seguinte alegoria: um garoto sujou o maravilhoso piso do palácio real. Então, o rei, ao ter conhecimento sobre o ocorrido, ordenou: que sua mãe venha e limpe o que você sujou. Da mesma forma a vaca… conserta o dano que o bezerro causou.


Entretanto, nenhuma explicação consegue desbravar o segredo desta lei e seus enigmas. E por esta razão o título: “Este é o decreto da lei da Torá...”



Shabat Shalom Umevorach


Marcos Wanderley


Referências:


  • Chumash

  • Torá de Rashi

  • Veshinantam



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