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Foto do escritorDr. Rogério Palmeira

Parashat Devarim



Vamos iniciar a leitura do último  Livro da Torah : Devarim ou Deuteronômio ou Mishné Torah- a repetição da Torah.


Aqui veremos as  "palavras" ( Devarim)  de Moshé em sua  última prédica aos Israelitas. Esta parashá é lida na Shabat Chazon ( o shabat da "visão", em referência a Profecia de Isaías), que é shabat que  antecede a Tishá B'Av, que em 2024, se iniciará na noite do dia 12 de agosto.  


Moshé relembra, na margem leste do rio Jordão, as instruções que recebeu do Eterno. Desde o início da jornada aos pés do  Monte Horeb – Monte Sinai – quando chega a hora de seguirem para a Canaã e tomarem posse da terra Prometida aos Patriarcas.


Nesta parashá Moshé nomeia os chefes do povo que o  ajudariam nas tarefas de julgar e resolver as contendas. O famoso  episódio dos Doze Espiões, os encontros com os edomitas e os amonitas e  atribuição de terras para as tribos de Rúben, Gad e Manassés. Relembra também que os encontros com os edomitas devem ser feitos com cuidado, lembrando que são descendentes de Esaú.


Mas um ponto culminante deste trecho é a  Justiça- eis um princípio fundamental do judaísmo- aqui Moshé instrui que justiça se faz ouvindo as pessoas, tratando igualmente o israelita e o estrangeiro, o pobre e o rico, com a qualidade de discernimento intelectual.


Maimônides (1138–1204) a partir de Devarim, nos ensina que os magistrados  devem estar no mais alto nível de retidão e o Beit Din deveria ter no conjunto sete atributos: sabedoria, humildade, temor de Deus, não buscar a acumulação de dinheiro, amor à verdade, ser amado por pessoas em geral, e uma boa reputação. 


Vivemos numa época em o povo judeu vem sendo julgado negativamente, mesmo quando é atacado. Vilipendiado pelas notícias falsas e distorções diárias dos acontecimentos.


A proximidade deste Parashah com o fatídico dia de Tishá B'Av, neste shabat de advertência, deve nos inspirar a abrir nossa visão quanto a convivência respeitosa e o respeito mútuo, pois segundo os nossos sábios o Templo foi destruído e Jerusalém conquistada, devido nossas próprias divisões conflituosas. Precisamos estar unidos para nos defendermos.


Neste momento difícil para todo o povo de Israel, podemos aprender no Talmud por onde todas as vozes podem ser ouvidas, registradas e respeitadas, mas que nossa unidade é fundamental para nossa sobrevivência, física, moral e espiritual. 


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