Vamos iniciar a leitura do último Livro da Torah : Devarim ou Deuteronômio ou Mishné Torah- a repetição da Torah.
Aqui veremos as "palavras" ( Devarim) de Moshé em sua última prédica aos Israelitas. Esta parashá é lida na Shabat Chazon ( o shabat da "visão", em referência a Profecia de Isaías), que é shabat que antecede a Tishá B'Av, que em 2024, se iniciará na noite do dia 12 de agosto.
Moshé relembra, na margem leste do rio Jordão, as instruções que recebeu do Eterno. Desde o início da jornada aos pés do Monte Horeb – Monte Sinai – quando chega a hora de seguirem para a Canaã e tomarem posse da terra Prometida aos Patriarcas.
Nesta parashá Moshé nomeia os chefes do povo que o ajudariam nas tarefas de julgar e resolver as contendas. O famoso episódio dos Doze Espiões, os encontros com os edomitas e os amonitas e atribuição de terras para as tribos de Rúben, Gad e Manassés. Relembra também que os encontros com os edomitas devem ser feitos com cuidado, lembrando que são descendentes de Esaú.
Mas um ponto culminante deste trecho é a Justiça- eis um princípio fundamental do judaísmo- aqui Moshé instrui que justiça se faz ouvindo as pessoas, tratando igualmente o israelita e o estrangeiro, o pobre e o rico, com a qualidade de discernimento intelectual.
Maimônides (1138–1204) a partir de Devarim, nos ensina que os magistrados devem estar no mais alto nível de retidão e o Beit Din deveria ter no conjunto sete atributos: sabedoria, humildade, temor de Deus, não buscar a acumulação de dinheiro, amor à verdade, ser amado por pessoas em geral, e uma boa reputação.
Vivemos numa época em o povo judeu vem sendo julgado negativamente, mesmo quando é atacado. Vilipendiado pelas notícias falsas e distorções diárias dos acontecimentos.
A proximidade deste Parashah com o fatídico dia de Tishá B'Av, neste shabat de advertência, deve nos inspirar a abrir nossa visão quanto a convivência respeitosa e o respeito mútuo, pois segundo os nossos sábios o Templo foi destruído e Jerusalém conquistada, devido nossas próprias divisões conflituosas. Precisamos estar unidos para nos defendermos.
Neste momento difícil para todo o povo de Israel, podemos aprender no Talmud por onde todas as vozes podem ser ouvidas, registradas e respeitadas, mas que nossa unidade é fundamental para nossa sobrevivência, física, moral e espiritual.
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