Por Ana Célia Zalcbergas, Cláudia Loureiro, Maria Antônia Palmeira e Vera Brachmans.

Montagem criada por Roberto Camara Jr. em cima de ilustração de Domínio Público.
Toda Parashá́ é muito especial e essa, não fugiria à regra. Ela começa com o andamento
“nomear juízes, Shoftim, que é o nome dessa Parashá́, e policiais para todas as tribos, em todas as cidades do território de Israel”. O povo hebreu estava prestes a entrar na Terra Prometida e essa foi a forma com que o Eterno nos instruiu a lidar com os inevitáveis conflitos entre as pessoas. Os Shoftim foram escolhidos para julgar o povo com reto juízo. Ou seja, de forma imparcial, não fazendo nenhuma distinção. Outra advertência é a de não aceitar subornos, pois faz cegar os olhos dos sábios e subverte as palavras justas.
Quando se fala em juízes e policiais designará para ti, acho que é para nos lembrar que antes de julgar os outros devemos ser juízes de nós mesmos. Temos que ser justos e procurar exercitar com equilíbrio no nosso dia a dia e não julgar as pessoas pelas atitudes ou aparências. O autoconhecimento e a vontade de evoluir deve fazer parte do ser humano como um todo, para poder olhar para si e ver o que pode melhorar.
Nos ensina que devemos respeitar autoridades e seus líderes, para ter um convívio melhor na sociedade, mesmo que não concordemos com seus posicionamentos. Ser coerente e justa em nossa vida cotidiana, evitar julgamentos de toda espécie e respeitar as leis e regras, são parte dos maiores ensinamentos que a Parashá́ nos ensina.
A Torá fala também sobre os assassinos acidentais, aqueles que não tinham intenção de
matar para esses Moises indica que se designe três cidades que sirvam de refúgio para
assassinos acidentais.
A Torá então fala de vários aspectos da conduta da nação durante a guerra, dizendo-lhes para não temer os inimigos, e relacionando aquelas pessoas que estão isentas do serviço militar. Deve-se primeiro dar ao inimigo a oportunidade de paz, e o povo judeu deve ser cuidadoso para não destruir nenhuma arvore frutífera durante a batalha.
Fala ainda sobre o caso do assassinato não resolvido e com o ritual da Eglá Arufá, a novilha decapitada, que serve como expiação para o povo das cidades vizinhas por não terem impedido o assassinato. Com a evolução histórica e a modernização dos tipos de crimes, as leis e punições também são outras, mas acreditamos que a mensagem seja que até́ mesmo na guerra precisamos ter ética e regras de boa conduta, que a guerra não é o jogo do "vale tudo". A justiça, a ética e a retidão devem sempre nos acompanhar. Devemos agir e pensar sempre em ser justos, íntegros, éticos e dignos em todas as situações. A mensagem é de busca pela justiça. Como dito antes, se tivermos que julgar alguém, devemos julgar a nós mesmos.
Comments