Justiça, guerra e Paz.
SHOFTIM- Devarim 16:18-21:9
“Juízes devem ser apontados para julgar o povo com justiça “, continua Moshé em sua última prédica,assim esta parashá recebe o nome Shoftim, Juízes. Encontramos uma riqueza de temas que variam desde as regras para as cortes de justiça, escolhas de reis e para sacerdotes, até leis referentes à guerra.
A incrível diversidade de temas contida nesta parashá, decorre de que o Judaísmo é, como bem definiu o rabino Mordechai Kaplan ( 1881-1983), uma "civilização”, com seus aspectos religiosos, culturais, políticos,étnicos e sociais.
Certamente um aspecto marcante da mentalidade judaica em todas as épocas é a do justiça social, neste texto somos estimulados nesta parashá “a buscar Justiça” Será por isso que nesta busca por justiça, o povo judeu se notabilizou em inúmeras conquistas sociais, culturais e científicas? Assim lemos na Torah que agradará mais a D-us fazer justiça que oferecer um sacríficio… Ao falar do estabelecimento da monarquia na Terra Prometida., adverte-se que a Realeza, seria acompanhada de obrigações e limites em seus privilégios, pois o Rei Israelita não deveria ter muitos cavalos ou muitas esposas”, nem muito “ouro ou prata” e ainda escrever ele mesmo um “ Sefer Torah” onde pudesse ler. Junto com direitos vem obrigações, algo esquecido hoje em dia.
Também nesta porção há advertências contra práticas de “feitiçarias”. Outra orientação marcante foi a orientação de construção de cidades abrigos para aquelas pessoas que cometessem crimes não-intencionais, evitando-se assim que fossem vítimas das infames “justiças pelas próprias mãos”, que sempre decorre de ódio e intempestividade.
Encontramos ainda as orientações sobre a Guerra. Sendo a Paz, Shalom, um valor supremo dentro do Judaísmo, podemos enxergar aqui uma espécie de primeira "Convenção de Genebra" e uma precursora orientação ambientalistas, pois somos proibidos de destruir “árvores”.
Mesmo preconizando a Paz, é mais realista tentar regular e mediar os conflitos, do que imaginar que a humanidade vai deixar de Guerrear de uma hora para outra.
Estas regras referentes a Guerra, que incluem a proibição de derrubar árvores frutíferas, foram depois expandidas pelos nossos Sábios para situações do dia a dia, assim o texto Sefer HaChinuch (século 13) ensina-nos que este mandamento ensina-nos a amar o que é bom e nos ligarmos a isto, para que o que é bom, se torne parte de nós” e assim sendo perceberemos que “ este é o caminho do Justo e daqueles que melhoram a sociedade, dos que amam a justiça e se alegram com o que é Bom nas pessoas e as trazem junto à Torah. “.
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