Crédito da Imagem: Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
Bereshit 32:4 y 36:43. Haftará em Hoshea 11:7 – 12:12.
Resumo
Itzchak morre aos 80, sendo sepultado por seus filhos. Iaacov retorna a casa de Lavan tendo que enfrentar a Essav, enviando mensageiros. Eles identificam um exército de 400 homens. Temeroso, Iaacov divide o acampamento e reza, se prepara para a guerra e envia presentes a seu irmão. É travada uma batalha sem vencedores. Entretanto, Iaacov é ferido no tendão da perna esquerda – esta é uma das razões da proibição de comer nervo ciático de um animal kasher. Seu nome mudou para Israel. Os irmãos, ao amanhecer se reconciliaram, abraçando-se e choraram. Entretanto, não permaneceram juntos. Diná, filha de Iaacov, é seduzida por Shechem, filho de Chamor, príncipe cananeu, mantendo relações sexuais ilícitas. Então Shimon e Levi (filhos de Iaacov) destruíram todos depois de circuncidá-los por vingança pela irmã. H’Shem ordena a Iaacov erigir um altar em Beit El, enfatizando o seu novo nome: Israel. A mulher preferida de Iaacov deu à luz seu segundo filho Biniamin e morrendo em seguida, ela foi sepultada em Beit Lechem. Então Iaacov construiu um monumento em homenagem a sua memória, existente até os dias atuais.
Por que Iaacov tornou-se Israel?
A luta entre um homem e um anjo por apenas uma noite resultou em um novo nome. Que mistério seria este? Isto provocou uma revolução na história humana que reflete até os dias de hoje. Iaacov é o último de nossos três patriarcas. Segundo o Talmude, Iaacov voltara da travessia por ter esquecido alguns utensílios e, justo, naquela noite, ele optou por não estar acompanhado pelos anjos como sempre o fez. Refletir sobre o encontro inevitável com seu irmão, sobre a própria vida. A sobrevivência de seus descendentes dependia de sua vitória exclusivamente. Essa luta silenciosa teria sido travada com o anjo guardião de Essav disfarçado de ser humano, afirmam nossos sábios. Paralisado por causa do tendão atingido, teve que buscar forças: lutar, vencer ou morrer. Houve uma reviravolta e Iaacov venceu e ainda se recusou a libertar o anjo, exigindo dele uma bênção antes de partir. A seguir, parte do diálogo de um Midrash:
-"Não posso ficar", diz o anjo, "não há tempo". Já rompe a aurora e tenho que partir.
-"Tens medo da aurora? Por quê? És, por acaso, ladrão? Jogador noturno, talvez?", perguntou-lhe Jacob.
-"Não, mas esperam-me na Corte Celestial para cantar louvores a D'us".
-"Há outros anjos nos Céus. Que cantem eles, e não tu", disse Jacob.
-"Mas, se hoje cantarem sem mim, hão de me dizer: 'Por não teres vindo ontem, não fazes mais parte de nossa corte".
-"Os anjos que visitaram meu avô, Abrahão, abençoaram-no antes de partir. Terás que fazer o mesmo comigo".
-"Não posso. Aqueles foram enviados com esse propósito, mas eu não posso fazer algo que não me foi ordenado".
-"Então não partirás. Ou me abençoas ou não te deixo partir".
O anjo percebeu que tinha menos poder que Iaacov e decide abençoá-lo. E essa benção veio coma mudança do nome que representa a luta e a resistência do nosso povo. E disse-lhe [o anjo], "Não, Jacob não mais será teu nome, senão Israel, pois lutaste com [o anjo de] D'us e com homens e venceste" (Gênesis, 32:29). O nome Israel significa aquele que luta com o Divino ou aquele que luta pelo Divino ou, ainda, aquele que será grandioso perante D’s. H’Shem se autodenomina o Eterno, D’s de Israel. Podemos observar a nossa responsabilidade ao ter uma adoção tão profunda que representa todo o nosso povo e nem imaginamos ou nos damos conta desta realidade física e espiritual. Antes de partir, o anjo diz a Israel: “Sou uma criatura celestial e tu me derrotaste. Portanto, não tens razão para temer Esaú. Certamente o vencerás. Pois agora, Israel poderia enfrentar seu irmão e, se necessário fosse “enfrentar o fogo com o fogo e, ainda, prevalecer. Mas não acaba por aí… ao longo da história, os descendentes de Iaacov iriam enfrentar o anjo do mal até a salvação, segundo o Midrash Lekach Tov. Iaacov é Israel e Israel é Iaacov – uma luta interna e externa que finda em vitória. Essa é a história de nosso povo: voltamos a Israel com júbilo e toda a Terra se encherá do conhecimento do Senhor D’s, como afirma o profeta Isaías. Mas essa força destemida espera o dia em que deixaremos as armas e nos tornaremos a Israel plena como fora prometida por H’Shem, tendo a Torá na nossa mente e no coração. “A preocupação é como uma cadeira de balanço: você vai para frente e para trás, mas não chega a lugar nenhum.” A não ser que você tome uma atitude…
Darkei Shalom
Shabat Shalom Umevorach
Referências:
Revista Morashá on-line
Sidur Completo (Editora Sefer)
O mais completo guia sobre o judaísmo (Editora Sefer)
Meór HaShabat Fax (Rabino Kalman Packouz)
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