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Parashá Vayelech

Um Passo na Penumbra, Um Cântico na Luz

 

Devarim 31:1

"E Moshê foi e falou estas palavras a todo Israel." 

 

O verbo “foi” (וַיֵּלֶךְ) parece redundante — afinal, Moshê já está diante do povo. Mas esse movimento carrega um simbolismo poderoso: mesmo diante do fim iminente, Moshê não se retira, ele avança. O líder que guiou o povo por quarenta anos não se apega ao cargo, mas se desloca para entregar a responsabilidade. É um gesto silencioso de humildade e coragem. O “ir” de Moshê é também o “ir” de cada judeu diante da transição: entre anos, entre estados de alma, entre mundos.

 

Devarim 31:30

"E Moshê falou aos ouvidos de toda a congregação de Israel as palavras deste cântico, até o fim." 

 

A parashá termina com o anúncio do cântico que virá. Mas o que é um cântico no limiar da morte? É a tentativa de transformar dor em legado, silêncio em memória, fim em continuidade. Moshê não apenas transmite leis — ele canta. A Torá não é apenas instrução; é também melodia que ecoa na alma. O cântico é a forma mais íntima de eternizar uma mensagem: não apenas dita, mas sentida.

 

Haftará: Yeshayahu 55:6–56:8

"Buscai o Eterno enquanto pode ser encontrado, invocai-O enquanto está próximo." 

 

A Haftará nos convida à busca ativa. Enquanto Moshê se despede, Isaías nos chama à aproximação. Há um paralelismo sutil: Moshê se afasta, D’us se aproxima. O tempo entre Rosh Hashaná e Yom Kipur — quando essa parashá é lida — é justamente o momento em que o divino se torna acessível. A ausência do líder humano é compensada pela presença intensificada do líder celestial.

 

Vayelech é a única parashá que pode ser lida no Shabat Shuvá. Isso não é apenas uma coincidência litúrgica — é uma mensagem espiritual. O “ir” de Moshê é o “retornar” do povo. Enquanto ele caminha para o fim, nós somos chamados a caminhar para o recomeço. A Haftará reforça essa dinâmica: o divino está próximo, mas exige movimento. Teshuvá não é apenas arrependimento — é deslocamento. É sair do lugar onde se está para reencontrar o lugar onde se pertence.

 

Gmar Chatimá Tová

Shaná Tová Umetuká

 
 
 

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