Parashá Vayeshev
- Marcos Wanderley

- há 1 dia
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(Bereshit - Gênesis 37:1-40:23 e Haftará - Amós 2:6-3:8)
Na Parashá Vayeshev, vemos o início da descida de Yosef ao Egito: o jovem sonhador, amado por seu pai Yaakov, mas odiado por seus irmãos, é vendido como escravo. Esse episódio não é apenas uma tragédia familiar, mas o início de um processo que levará à formação do povo de Israel como nação.
O contraste entre sonhos e realidade
Yosef sonha com grandeza, mas a realidade imediata é a humilhação. O Talmude (Berachot 55b) ensina que “um sonho não interpretado é como uma carta não lida”. Ou seja, o valor do sonho depende de como é compreendido e vivido. Yosef não apenas sonha, mas age de acordo com seus sonhos, mesmo quando o mundo parece contradizê-los.
Isso nos ensina que a visão espiritual não deve ser abandonada diante das dificuldades. O sonho é uma semente; a realidade é o solo árido que, com paciência, pode fazê-la florescer.
O silêncio e a fala
Em Vayeshev, os irmãos de Yosef escolhem o silêncio da conspiração, enquanto Yosef escolhe a fala dos sonhos. O Talmude (Pesachim 99a) traz a máxima de Rabi Shimon ben Gamliel: “Toda minha vida cresci entre os sábios e não encontrei nada melhor para o corpo do que o silêncio.”
Mas aqui há um paradoxo: Yosef fala demais, e isso gera ódio; os irmãos silenciam, e isso gera violência. O equilíbrio entre silêncio e fala é o desafio humano. O silêncio protege, mas a fala constrói. Yosef precisou aprender que a fala deve ser usada não para exaltar-se, mas para revelar a verdade no momento certo.
Portanto, a parashá Vayeshev nos mostra que…
- Sonhos são sementes espirituais que exigem perseverança para florescer.
- Silêncio e fala são forças que precisam de equilíbrio: o silêncio pode evitar conflitos, mas a fala pode trazer luz.
Assim, Yosef inaugura o caminho do exílio e da redenção, lembrando-nos que cada queda pode ser o início de uma elevação maior.
Shabat Shalom Umevorach



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