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Chanuká

Chanuká é uma festa judaica, de forma luminosa, em que a identidade espiritual sobrevive mesmo quando cercada por pressões que tentam apagá-la. A cada chama, uma lembrança: resistir não é só vencer batalhas — é preservar propósito, santidade e luz.

 

História no século II a.E.C.: revolta, reconquista e dedicação

 

Entre 167–164 a.E.C., sob o domínio selêucida de Antíoco IV Epífanes, decretos proibiram práticas centrais do judaísmo (Shabat, circuncisão, estudo da Torá) e profanaram o Templo em Jerusalém. A resposta surgiu em Modi’in com Matityahu e seus filhos — os Hasmoneus — iniciando a revolta dos Macabeus (tribo de sacerdotes), que combinou coragem religiosa e estratégia militar.

 

- Contexto político: helenização forçada, instalação de altares pagãos e repressão religiosa criaram um conflito que era tanto cultural quanto espiritual.

 

- Condução da guerra: sob a liderança de Yehudá HaMacabi, os judeus empregaram táticas de guerrilha, conhecimento do terreno e mobilidade rápida para surpreender forças superiores. Batalhas decisivas ocorreram em Beth Horon, Emmaús (c. 166 a.E.C.) e Beth Zur (c. 164 a.E.C.), culminando na reconquista de Jerusalém.

 

- Rededicação do Templo: em 25 de Kislev (164 a.E.C. segundo a tradição), o altar foi purificado e o Templo rededicado. Encontrou-se um único jarro de azeite puro, suficiente para um dia, que ardeu por oito — o milagre que se tornou o coração simbólico de Chanuká.Neste ano de 2025 começa na noite de domingo do dia 14 de dezembro.

 

Costumes: luz, memória e alegria

 

- Acendimento da chanukiá

 

  Essência: divulgar o milagre (pirsumei nissa) com uma luz dedicada exclusivamente à mitzvá. 

  Shamash: vela auxiliar que permite qualquer uso prático da luz sem desrespeitar as velas da mitzvá.

 

- Comidas em azeite

 

 Latkes e sufganiot: Fritos em óleo para lembrar o milagre do azeite, transformando a cozinha em um espaço de memória.

 

- Cânticos e preces

 

  Hallel completo e Al Hanissim: gratidão pública nas tefilot e no Birkat Hamazon, conectando passado e presente.

 

- Dreidel / sevivon

 

  Inscrições: “Nes Gadol Hayá Sham” na diáspora e “Nes Gadol Hayá Po” em Israel, um brinquedo que se torna catequese portátil.

 

Halachá: estrutura do acendimento diário

 

- Progressão diária

 

  Beit Hilel: aumentamos a luz — 1 vela no 1º dia até 8 no 8º — enfatizando crescimento e santidade.

 

- Colocação e ordem

 

  Disposição: as velas são posicionadas da direita para a esquerda e acesas começando pela vela “nova” (à esquerda), seguindo da esquerda para a direita. 

  Local: entrada da casa (lado oposto à mezuzá) ou janela voltada para a rua, conforme viabilize o pirsumei nissa. Em tempos de risco, acende-se dentro de casa.

 

- Horário e duração

 

  Quando acender: do pôr do sol até, idealmente, o início da noite; costumes variam entre comunidades. 

  Tempo mínimo: a luz deve permanecer acesa por pelo menos meia hora após o anoitecer. 

  Erev Shabat: acender antes das velas de Shabat, com óleo/velas suficientes para durar a noite.

 

- Bênçãos

 

  Primeira noite: três bênçãos — acender, milagres e Shehecheyanu. 

  Demais noites: duas bênçãos — acender e milagres. 

  Após o acendimento: canta-se “Hanerot Halalu” e, conforme o costume, “Maoz Tzur”.

 

- Uso da luz

 

  Proibição: não se utiliza a luz das velas para tarefas; qualquer necessidade prática recorre ao shamash. 

 

  Azeite: azeite de oliva é tradicionalmente preferido por remeter ao Templo, mas velas de cera são aceitáveis.

 

Acendimento dia a dia: prática clara e objetiva

 

- Dia 1

 

  Quantidade: 1 vela + shamash. 

  Ação: coloca-se a vela na posição da direita; acende-se o shamash, recita-se 3 bênçãos e acende-se a vela.

 

- Dia 2 a dia 8

 

  Quantidade: adicionar 1 nova vela por dia (2 até 8) + shamash. 

  Ação: posicionar a vela nova à esquerda; acender primeiro a mais nova (à esquerda) e seguir para a direita.

 

- Visibilidade

 

  Princípio: se possível, garantir que a luz seja vista pelo público — mas nunca às custas de segurança.

 

 

O ritmo da luz como ética do cotidiano

 

O milagre do óleo não é sobre excesso; é sobre fidelidade. Uma medida pequena, usada com propósito, torna-se suficiente quando conectada ao sagrado. Por isso a halachá nos convida a aumentar uma vela por dia: a santidade não explode — amadurece. A cada noite, a casa se torna mais luminosa porque escolhemos crescer de forma incremental, consistente e visível. Chanuká, então, é uma pedagogia da persistência: iluminar sem ostentar, avançar sem pular etapas, e fazer do cotidiano um lugar onde a luz tem futuro.

 

Chanuká Sameach

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