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Rosh Chodesh Tevet

(19/12/25 e 20/12/25 ao por do sol)

 

Por Marcos Wanderley

 

Tevet na História e no Talmud: entre a Luz e a Sombra

 

Tevet é marcado por eventos profundos. O mais conhecido é o jejum do 10 de Tevet (Asará be Tevet), que comemora o início do cerco de Jerusalém por Nabucodonosor, evento que culminaria na destruição do Primeiro Templo. Este dia é um momento de introspecção e luto nacional.

 

Uma camada menos conhecida, porém profundamente significativa, vem do Talmud (Megillah 9b). Os sábios registram que no dia 8 de Tevet foi concluída a tradução da Torá para o grego, a Septuaginta. Embora um feito intelectual, os sábios a viram como um dia "de escuridão", comparando-o ao dia do Bezerro de Ouro. O receio era que, ao fixar a Torá Infinita em uma língua e cultura estrangeiras, a interpretação autêntica pudesse ser obscurecida ou apropriada para fins alheios à tradição judaica. Este ensinamento talmúdico alerta para os perigos da assimilação cultural e da perda da nuance sagrada.

 

A Dimensão Cabalística - A Retificação do Olhar

 

A Cabalá, particularmente o Sefer Yetzirah (Livro da Formação), oferece um mapa espiritual para o mês. Segundo este texto, a cada mês está associada uma letra hebraica, um signo e uma faculdade interior.

 

· A Letra Ayin (ע): Tevet é governado pela letra Ayin, que significa "olho". Isto aponta imediatamente para o trabalho espiritual central do mês: a retificação da visão. O "olho mau" (ayin ra'ah) – a visão de inveja, julgamento severo e carência – deve ser transformado no "olho bom" (ayin tovah) – a visão de bondade, generosidade e contentamento.

 

· A Raiz da Bondade: v uriosamente, o nome "Tevet" compartilha a raiz com a palavra "tov" (bom). Isto revela um paradoxo central: Tevet, um mês de escuridão e julgamento histórico, carrega em seu próprio nome a semente da bondade. A escuridão não é um fim, mas um convite para gerar luz interior.

 

· A Sensação da Ira: o Sefer Yetzirah também associa a Tevet a sensação da ira ou agitação (Roguez). No inverno, quando a vida parece contraída e as dificuldades se acumulam, a irritação pode facilmente surgir.

 

A Cabalá não nos ensina a suprimir esta energia, mas a canalizá-la. A "ira correta" é aquela dirigida contra a verdadeira escuridão – a indiferença, a injustiça e a negatividade dentro de nós – e não contra as pessoas ao nosso redor.

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