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Foto do escritorMarcos Wanderley

Pessach

(Êxodo 33:12-34:26; Maftir: Números 28:19-25; Haftará: Ezequiel 37:1-14)



Este trecho descreve um diálogo entre Moisés e o Eterno, em que Moisés intercede em favor do povo de Israel e solicita a presença e a orientação divina durante a jornada pelo deserto. H’Shem concorda em ir à frente do povo e renova a aliança com Moisés. Moisés, buscando uma experiência mais próxima com H’Shem, pede para ver Sua presença, mas o Eterno lhe diz que um ser humano não pode ver Sua face e viver. No entanto, Ele promete passar diante de Moisés e proclamar Seu nome e Sua graça. O Eterno instrui Moisés a esculpir duas tábuas de pedra para substituir as quebradas, na qual Ele escreverá as Dez Palavras. Moisés sobe ao Monte Sinai, onde permanece por 40 dias e 40 noites, sem comer nem beber, enquanto o Eterno escreve os termos da aliança nas Dez Palavras (Dez Mandamentos).

 

Este relato tem relevância na visão judaica, especialmente em relação à festa de Pessach, que celebra a libertação dos filhos de Israel do Egito e a renovação da aliança com H’Shem. A experiência de Moisés no Monte Sinai, recebendo os mandamentos divinos, simboliza a conexão direta entre o Eterno  e o povo de Israel, bem como a importância da obediência aos mandamentos como parte fundamental da identidade e do compromisso do povo judeu com o Eterno. As instruções divinas sobre a observância da festa das Matzot (Pães Ázimos) e outras festas de peregrinação também são lembradas durante a celebração de Pessach, reforçando a ligação entre o episódio do Êxodo e as práticas religiosas judaicas.

 

Rashi, um dos comentaristas mais renomados da Torá, destaca a importância da proximidade entre Moisés e H’Shem. Ele enfatiza que a relação entre Moisés e H’Shem é única e direta, representando a conexão íntima entre o líder do povo judeu e o Divino. Rashi também ressalta a humildade de Moisés ao se curvar diante de H’Shem, reconhecendo Sua grandeza e poder.

 

Maimônides (o Rambam), oferece uma interpretação filosófica do texto. Ele explora o significado da impossibilidade de Moisés ver a face de H’Shem e viver. Para Maimônides, isso representa a limitação da capacidade humana de compreender plenamente o Divino. Ele argumenta que a visão direta de Deus seria avassaladora para a mente humana, e Moisés é protegido dessa experiência para preservar sua vida física e espiritual.

 

Nachmanides (o Ramban), concentra-se na renovação da aliança entre H’Shem e o povo de Israel. Ele destaca a importância dos mandamentos divinos como a base da relação entre H’Shem e Seu povo escolhido. Nachmanides enfatiza que a escrita das Dez Palavras (Dez Mandamentos) nas tábuas de pedra representa a continuidade e a perpetuação da aliança entre H’Shem e Israel, estabelecendo as diretrizes morais e espirituais para a vida judaica.

 

Rabi Abraham Isaac Kook - Kook, o primeiro Rabino Chefe de Israel, enfatizou a dimensão universal de Pessach, ensinando que a redenção do Egito é um modelo para a redenção global da humanidade. Ele viu Pessach como uma oportunidade para cada pessoa se libertar das correntes do materialismo e se conectar com valores espirituais mais elevados.

Assim, como em toda a história da vida judaica, Pessach é o símbolo da liberdade e da fé que representa a proteção Divina sobre o povo judeu. Da mesma forma que vencemos todas as batalhas anteriores, venceremos, Bezrat H’aShem, a atual. Pois o Eterno nos dá a cobertura celestial.

Que possamos intensificar nossas orações para que Israel vença os inimigos. Não podemos esquecer que nossa força não vem das armas, mas sim, da unidade do povo judeu e, principalmente, do Eterno.

 

Shabat Shalom Umevorach

Chag Pessach Sameach

 

Referências

 

O Ser Judeu

O Mais Completo Guia Sobre Judaísmo

Sidur Completo (Editora Sefer)

Judaismo Vivo

 

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