Notícias de Israel
- David S. Moran
- 9 de out.
- 7 min de leitura
FINALMENTE UM ACORDO - Oxalá acordássemos assim todo dia, oxalá isto ocorresse há meses. Fomos despertados na manhã de quinta-feira (9) com a feliz noticia de que as partes envolvidas em chegar a solução e finalizar a guerra entre a organização terrorista Hamas e Israel. Esta já está ocorrendo justamente há 2 anos, iniciada pela invasão dos terroristas da Hamas ao território israelense e brutal matança que promoveram. O revide de Israel foi violento e grande parte da Faixa de Gaza foi arrasada pelas Forças de Defesa de Israel.
O preço foi alto demais. No dia da invasão da Hamas, 1200 pessoas foram assassinadas e 251 foram sequestradas. Com os combates em andamento mais de 900 soldados israelenses foram mortos e milhares feridos. Para um país que valoriza a vida, o preço é altíssimo. O lado palestino também sofreu perda de vidas e muitos feridos, mas eles lutam pelo jihad, a guerra santa que valoriza a morte. Os terroristas da Hamas e isto foi comprovado, esconderam se atras de civis, usando os como escudos humanos. Usaram hospitais como quarteis generais e debaixo dos mesmos escavaram a rede de tuneis de centenas de quilômetros. Este ato covarde custou a vida de muitos civis e serviu a Hamas como propaganda contra Israel.
Mas, agora derrotado e quase sem forças e acurralado pelos seus patrões- Qatar e Turquia- auxiliados pelo Egito e pelos Estados Unidos, do determinado governo Trump, Hamas parece que cedeu e um acordo foi assinado na madrugada da quarta para quinta-feira (10).
Em Israel explodiu a festa da alegria, dos familiares dos sequestrados vivos e mortos e de toda a população solidaria com eles. Adicionando a isto a esperança do termino desta guerra e o retorno à normalidade e o progresso do país.
Evidentemente, há muitas pessoas incrédulas e só farão a festa quando a promessa do retorno dos reféns for cumprida. Até o presidente Trump está planejando chegar a Israel, no Domingo, quando isto ocorrer. A esta altura já saberá se foi ou não agraciado com o Nobel da Paz, que tanto almeja. Vale a pena ressaltar que esta é a primeira fase do acordo. Na fase final é que vão tratar de detalhes e aí vão ter que se flexibilizar.
Três Divisões do Exército de Defesa de Israel (Tsahal), já estão se retirando de suas posições e se estabelecerão ao longo da linha amarela (vide mapa) conforme acerado entre as partes rivais. Segundo Tsahal, ele está cumprindo as instruções da ala política.
As manchetes dos maiores jornais internacionais saíram com os dizeres de que " um acordo foi acertado entre Hamas e Israel" sob a grande pressão do presidente americano, Donald Trump.
Em Israel até horas depois do anúncio de que chegaram a um acordo, nada oficial foi informado, pois o governo tem que se reunir para aprovar o acordo. Sabe-se que os líderes de 2 partidos da extrema direita, que estão na coalizão, serão contra o acordo: são eles BenGvir e Smotrich, mas pelo visto eles não renunciarão a seus cargos de ministros da Segurança Interna e do Tesouro, respectivamente. Mas, já há rumores que as eleições serão antecipadas e os políticos se movimentarão de acordo.
A primeira fase do acordo fala na libertação dos reféns vivos em 72 horas (até no máximo domingo) e os reféns mortos, em uma semana. Libertação de 250 presos palestinos, com prisão perpetua e 1.700 outros, mais recentemente presos. Tsahal se retirará até a linha amarela e a abertura de caminhões para a ajuda humanitária. Como disse o intermediário de Qatar, Majed al Ansari: "Satanás, está nos detalhes", insinuando que há itens que ainda serão disputados:1- a linha de retirada das tropas israelenses. 2- Os nomes dos presos que serão libertados, principalmente os de prisão perpetua. 3- O termino da guerra. Será que Israel não mais os atacará, ou perseguirá aqueles que tentam levantar a cabeça do terror.
Na quinta feira (10) o tempo estava nublado em Israel e até o céu chorou de alegria, com a vinda de abençoadas chuvas, insinuando de que tem que parar a guerra e que o inverno está na porta. Um desafio para a sociedade israelense é atar a ruptura que ocorreu nela: entre os simpatizantes do governo e os opositores do Netanyahu. O governo terá que constituir uma Comissão de Inquérito Nacional e informar como é que Israel foi tão surpreendida e sofreu a maior matança desde o Holocausto. A eclosão desta onda de antissemitismo pelo mundo não ocorreu de repente. Países como Qatar e outros financiaram grupos até lhes dar a ordem de entrar em ação. O mundo Ocidental caiu como uma fruta madura a estas ações. Governos Ocidentais criticaram Israel pelas suas ações, reconheceram estado palestino, que não existe e Israel caiu num isolamento, que não tem nenhuma lógica. Muitos sabem que Israel lutou por eles, mas não o admitem só para ganhar a 'oba, oba' de jovens, talvez dinheiro do Qatar e se manter no poder.
Agora, resta rezar e esperar que tudo dê certo. Que esta enfática guerra, a mais longa que Israel travou- chegue ao fim e que o mundo livre volte a normalidade, dando chance ao progresso que Israel dá a si e ao mundo todo. Mesmo trabalhando só meio período, (devido a festa de Sucot) a Bolsa de Valores de Tel Aviv subiu nesta quinta: TLV 35- 2.3%, TLV 90-4.6% e o índice da construção-10%.
CERIMONIA MARCANDO 2 ANOS A TRAGÉDIA DE 7/10 - A cerimônia foi realizada no Parque Ganei Yehoshua, em Tel Aviv, contando com a participação de 25 mil pessoas e transmissão direta dos 3 principais canais de TV de Israel, 11, 12 e 13. O Canal 14 identificado com Netanyahu, optou em desconhecer a lembrança desta terrível tragedia e transmitiu sua programação regular. A transmissão desta Cerimonia foi centenas de pontos comunitários e para 150 comunidades no exterior, assistido por milhões.
A cerimônia trouxe relatos e filmes do que ocorreu nos kibutzim e aldeias naquele dia, familiares falaram sobre seus entes queridos que foram brutalmente assassinados e os que foram abdicados e levados para Gaza. Os terroristas invadiram a Festa Nova de música e danças e assassinou neste local 384 civis, cujo único pecado foi participar de um festival alegre. 76 participantes estrangeiros também foram assassinados, eram trabalhadores nos kibutzim, turista e estudantes que se identificam com Israel.
Contou também com a presença dos maiores cantores de Israel. No final da Cerimônia falou o fundador do movimento "Kumu" (Levantem-se"), Jonathan Shamriz :"nossa geração herdou país ensanguentado, isolado, dividido e dolorido, agora temos que levantar a cabeça e nossa geração vai ser a que consertara esta situação:"
PROFESSOR AMERICANO PALESTINO GANHA NOBEL DE QUIMICA - Enquanto o presidente Trump aguarda, sem paciência, o anuncio de receber o Prêmio Nobel da Paz, na quarta-feira (9) foi anunciado o Prêmio Nobel de Química. Este foi dado a e pesquisadores de química reticular que desenvolveram método para criar estruturas organometálica, que pode servir para várias aplicações de captura de gás e engenharia climática.
Entre os 3 vencedores está o Prof. Omar Yaghi de 60 anos da Universidade Berkeley. A particularidade dele é que é de origem palestina, que viveu na Jordânia e aos 15 anos emigrou de Amã aos EUA. Lá era jovem prodigo e se formou muito jovem. Em 2018 ele ganhou o Prêmio Wolf, considerado o Nobel israelense. Na ocasião visitou vários lugares em Israel, esteve no Knesset e teve audiência com o Presidente Rivlin, na época o presidente de Israel. Há os que acusam Israel de racismo. Como eles explicam que 7 anos antes do Nobel, um árabe palestino foi agraciado com o "Nobel" israelense.
MÃE PALESTINA É SALVA POR TER FILHO DA MARINHA DOS EUA - Há algumas semanas uma palestina de Gaza foi retirada clandestinamente de sua casa para lhe salvar da guerra. O pedido foi do presidente Trump e com a ajuda dos governos de Israel e da Jordânia. O motivo deste ato foi pelo fato do filho dela ingressar em 2023 na marinha americana para obter cidadania americana. A Washington Post que trouxe esta matéria disse que por onde passava a senhora Ahlam Firmana de 59 anos, as tropas israelenses não atiravam e tudo era monitorado. Quem auxiliou na operação foi um ex adido militar americano em Israel que tem bons amigos nas FDI, no Mossad e no Shabak. (ex Shin Beth)
O MINISTÉRIO DA DEFESA PUBLICOU O NÚMERO DE MORTOS NA GUERRA ESPADAS DE FERRO - Desde 7 de Outubro caíram 1.152 militares, contando com soldados, policiais e agentes do Shabak, o Serviço de Segurança Geral. Destes, 42% tinham menos de 21 anos (482), 337 tinham a idade de 22 a 30 anos, 187 de 31 a 40 anos e 141 de mais de 41 anos. A maioria são homens- 1086 e 66 mulheres. Deixaram 351 viúvas e 885 órfãos.
CENSO PALESTINO REVELA DESGOSTO COM A HAMAS - O censo realizado pelo Centro da Media e Comunicação de Jerusalém (JMCC), fundado por jornalistas e pesquisadores palestinos. Ele foi realizado entre 4 e 8 de setembro e traz dados interessantes. A pergunta se o ataque de 7.10.23 serviu o interesse palestino- sim -30.9% (no ano passado forma 45%)., 30.2% acharam que foi prejudicial e 25.9%, não teve nenhuma influência. Hamas será a vitoriosa-25.9% ante 67.1% em 2024. Só 10.9% acharam que Israel seria o vitorioso. Houve decréscimo na popularidade da Hamas de 71.6% (2024) para 41.4%. Só 34.4% acham que Hamas controlará a Faixa de Gaza, ante 52.2% em 2024. No entanto 44.2% preferem governo da Hamas e só 26.4% da Autoridade Palestina. 18.7% preferem governo internacional. Há 2 anos Abbas recebia apoio de 26.8% e agora, beirando os 90 anos recebe 34.4%. Contudo, 62.2% não estão satisfeitos de sua conduta. Os palestinos tem pouca confiança na Hamas-8.5% (18.7% em 24), a Fatah 11%, ante 7.1% em 2023. Não confiam em nenhuma organização palestina-68.5%.
David S. Moran de Israel




Comentários