Considerada por muitos estudiosos como a obra-prima do escritor gaúcho Moacyr Scliar (1937 — 2011), o romance “O centauro no jardim “, foi eleito em 2002 pelo National Yiddish Book Center, dos Estados Unidos, como um dos cem melhores livros de temática judaica escritos nos últimos duzentos anos. O premiado romance narra a história de uma família judia, os Tratskovsky, radicada numa colônia no interior do Rio Grande do Sul, que se surpreende com o nascimento de seu quarto filho, que para espanto de todos é um centauro - aquele ser mitológico, metade homem, metade cavalo. A criança recebe o nome de Guedali, e seus pais são um casal de imigrantes judeus russos; o livro narra as peripécias de Guedali, desde seu nascimento na Colônia Quatro Irmãos, passando por sua vida em Porto Alegre e suas viagens, incluindo uma viagem ao Marrocos. O livro que poderia ser enquadrado como pertencente à corrente do realismo fantástico, pode ser visto como uma meditação sobre as contradições e desafios da vida e da condição judaica na diáspora, sobretudo a experimentado pelos filhos das primeiras gerações de imigrantes, imersos em dois mundos e duas condições existenciais. O escritor esteve em abril de 2009 com a comunidade da Bahia no Evento “Judaísmo é Massa”, quando tivemos oportunidade de conversar e entender melhor sua trajetória intelectual e pessoal. Moacyr Scliar foi um escritor premiado e era médico e professor de saúde pública.
Expediente:
Título original: O centauro no jardim, por Moacyr Scliar,
Páginas: 240 Editora Companhia das Letras
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