O IAI (Israel Aircraft Industries) Kfir (hebraico: כְּפִיר, "Leãozinho") é uma aeronave de combate multifuncional israelense baseada no caça francês Dassault Mirage 5, equipada com aviônicos israelenses e uma versão israelense do motor turbojato General Electric J79. O projeto que acabaria por dar origem ao Kfir vem da necessidade de Israel adaptar o Dassault Mirage IIIC aos requisitos específicos da Força Aérea Israelense (IAF).
O Mirage IIICJ multi tarefas com asas delta foi a primeira aeronave Mach 2 adquirida por Israel da então aliada França e constituiu a espinha dorsal da IAF durante a maior parte da década de 1960, até a chegada do Douglas A-4 Skyhawk e , mais importante ainda, o McDonnell Douglas F-4 Phantom II, até o final da década. Embora o Mirage IIICJ tenha provado ser extremamente eficaz no papel de superioridade aérea, o seu alcance relativamente curto impôs algumas limitações a sua utilização como aeronave de ataque ao solo.
Assim, em meados da década de 1960, a pedido de Israel, a Dassault Aviation começou a desenvolver o Mirage 5, uma versão do Mirage III para condições favoráveis de ataque ao solo. Seguindo as sugestões dos israelenses, os aviônicos avançados localizados atrás da cabine foram removidos, permitindo aumentar sua capacidade de combustível e, ao mesmo tempo, reduzir os custos de manutenção.
Em 1968, a Dassault havia concluído a produção dos 50 Mirage 5J pagos por Israel, mas um embargo de armas imposto a Israel pelo governo francês em 1967 impediu a realização das entregas. Os israelenses responderam produzindo uma cópia não licenciada do Mirage 5, o Nesher, com especificações técnicas tanto da fuselagem quanto do motor obtidas por espiões israelenses.
O programa Kfir teve origem na busca pelo desenvolvimento de uma versão melhor que o IAI Nesher, que já estava em produção em série. Depois do General De Gaulle embargar a venda de armas a Israel, a IAF temeu perder a superioridade qualitativa sobre os seus adversários no futuro, que recebiam aeronaves soviéticas cada vez mais avançadas. O principal e mais avançado tipo de aeronave disponível para a IAF era o Mirage, mas um grave problema se desenvolveu pelo esgotamento e desgaste da frota após a Guerra dos Seis Dias. A produção nacional evitaria completamente o problema do embargo; os esforços para fazer engenharia reversa e reproduzir componentes do Mirage foram auxiliados pelos esforços de espionagem israelense na obteção de assistência técnica e projetos de outros operadores da aeronave.
Dois motores foram inicialmente selecionados para testes, o turbojato General Electric J79 e o turbofan Rolls-Royce Spey. No final, o J79 foi escolhido, até porque era o mesmo motor usado no McDonnell Douglas F-4 Phantom II, que os israelenses começaram a adquirir dos Estados Unidos em 1969, juntamente com uma licença para produzi-los. O J79 era claramente superior ao Atar 09 francês original, proporcionando um impulso seco de 49 kN (11.000 lbf) e um impulso de pós-combustão de 83,4 kN (18.750 lbf).
A fim de acomodar o novo motor na fuselagem do Mirage III e fornecer o resfriamento adicional exigido pelo J79, a fuselagem traseira da aeronave foi ligeiramente encurtada e alargada, suas entradas de ar foram ampliadas e uma grande entrada de ar foi instalada na base. do estabilizador vertical, de modo a fornecer o resfriamento extra necessário para a pós-combustão. O motor em si foi envolto em um escudo térmico de titânio.
Um Mirage IIIBJ de dois lugares equipado com o GE J79 fez seu primeiro vôo em setembro de 1970, e logo foi seguido por um Nesher remotorizado, que voou em setembro de 1971.
Um protótipo melhorado da aeronave, com o nome Ra'am B ("Ra'am" significa "Trovão"; o "Ra'am A" era o Nesher), fez seu primeiro vôo em junho de 1973. Tinha uma cabine extensivamente revisada, um trem de pouso reforçado e uma quantidade considerável de aviônicos construídos em Israel. Os tanques internos de combustível foram ligeiramente reorganizados, tendo sua capacidade total aumentada para 713 galões americanos (2.700 L).
Houve relatos não confirmados de que vários Mirage IIICs originais, reprojetados com o J79 e chamados de Barak ("Relâmpago"), participaram da Guerra do Yom Kippur de 1973, mas algumas fontes apontam que não há evidências que essas aeronaves já existiram.
O Kfir foi comercializado para vários países como Estados Unidos, Colômbia, Equador e Sri Lanka, muitos deles operando até os dias atuais.
Kfir da força aérea da marinha americana
Kfir da força aérea colombiana
Cockpit do Kfir Block 60
Kfir Block 60 com radar AESA
תגובות