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 Parashat Beshalach

Foto do escritor: Dr. Rogério PalmeiraDr. Rogério Palmeira

 Shemot 13:17 - 17:16


Nesta porção da Torá, o Eterno orienta os israelitas a irem por um caminho que não parece lógico, pois os envia em direção ao Mar Vermelho. Aparentemente para evitar uma luta contra os filisteus. Os Israelitas vão guiados por uma colina de fogo à noite e de fumaça durante o dia, entretanto o Faraó muda de ideia sobre a libertação dos israelitas e resolve perseguir seus ex-escravos. Então D´us orienta Moshé a dividir o Mar. A Torah então relata que após o vento soprar toda a noite, o mar se abre e Moisés conduz os israelitas por ele. Porém quando os egípcios entram no mar, este se fecha afogando-os.


Um Midrash no Talmud Bailônico, nos traz um interessante relato sobre este acontecimento da travessia do Mar Vermelho, considerado o maior dos milagres da Torah: Moshé levanta os braços, como ordenado por HaShem, mas nada acontece. Neste momento, Nachshon Ben Aminadav, entrou na água, sob o olhar espantado de sua família e amigos. Nachshon avança e apenas quando as águas já o põe quase totalmente submerso,só então o mar se abre. E as pessoas foram capazes de caminhar atrás de Nachshon para a libertação, para um lugar de canto e alegria. Então os antigos rabinos do Talmud, nos ensinam então que o milagre também depende de nossa coragem e ação. Certa vez ouvi um Midrash, cuja fonte desconheço, que relata que enquanto Milagres da divisão das águas, dois israelitas, olhavam não para as águas divididas ao seu lado e para liberdade a frente, mas para todo o lodo do fundo do mar, reclamando do caminho lamacento. Então além da coragem, precisamos de nosso olhar atento e ter a atitude que o Rabino Abraham Joshua Heschel, chamava de senso de admiração pelo mundo, pois como lemos na Amidá e nos Profetas, Melo Kol Haaretz Kevodo, o Mundo está cheio da Glória do Eterno. Sem este senso de espanto e admiração, perderemos todos os milagres que acontecem ao nosso redor e em nossas vidas.


Durante a travessia, este senso de maravilhar-se tomou conta de Miriam, reconhecida no texto como Profetisa. Miriam lidera todas as mulheres israelitas em canções e danças para comemorar a libertação. Aqui lembro de outro midrash, em que os Anjos admirados com a Canção do Mar, aquela que lemos no Sidur, em “ Mi Kamocha Baelin Hashem”, também começam a entoar cantos em comemoração à Vitória dos israelitas. Mas logo HaShem os adverte, que entende que os israelitas comemorem, mas que eles não podem comemorar pois os egípcios, também filhos do Eterno, se afogaram.


Assim a porção cercada de outros mistérios, os chamados milagres, como o milagre do Maná que cai do céu para os alimentar ou mesmo a vitória sobre os Amalequitas, não impede os israelitas de voltarem a reclamar da vida no deserto. Que possamos aprender com a Coragem de Nachshon, com a alegria do maravilhamento de Miriam ao ver os milagres ao nosso redor e com a Compaixão Divina, compreende a alegria, mas também o sofrimento, tão presentes em nossos tempos

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