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Parashat Vayetse

Foto do escritor: Marcos WanderleyMarcos Wanderley

A Parashá Vayetse (וַיֵּצֵא) - "E saiu" - Gênesis 28:10-32:3 e  Haftará - Oséias (Hoshea) 12:13-14:10.

 

A Parashá Vayetse é rica em temas históricos e religiosos que ilustram a jornada espiritual e pessoal de Jacó, bem como a formação do povo de Israel.

 

1. A Jornada de Jacó e a Conexão com H’Shem

Jonathan Sacks destaca que Vayetse é a história de um homem em busca de significado e da realização do pacto de D-us. A jornada de Jacó começa em um momento de vulnerabilidade: ele deixa sua casa, fugindo de Esaú, e dorme ao relento. Na visão da escada, D-us reafirma a aliança feita com Abraão e Isaac, prometendo-lhe descendentes e proteção. Para Sacks, essa visão simboliza a ideia de que, mesmo nos momentos de maior isolamento, D-us está presente, e o indivíduo é parte de algo maior. Ele interpreta a escada como um símbolo da interação entre o divino e o humano, reforçando que o judaísmo vê o mundo como um lugar para a presença de D-us, e não uma fuga dele.


Rashi, comentando sobre a visão da escada, observa que ela estava "firmada na terra e chegava ao céu", simbolizando que o serviço a D-us deve começar com ações no mundo físico, mas com um olhar voltado para os céus. Isso conecta o trabalho humano ao propósito divino.


Ramban oferece uma leitura mais mística, sugerindo que os anjos subindo e descendo representam as forças espirituais que interagem com o mundo físico, reforçando a ideia de que a jornada de Jacó é um microcosmo da experiência espiritual do povo judeu.


2. Os Desafios em Harã e o Crescimento Espiritual

Ao chegar a Harã, Jacó enfrenta uma série de dificuldades: o engano de Labão, a luta por suas esposas Raquel e Lia, e os desafios de criar sua família. Jonathan Sacks interpreta esses desafios como um exemplo de resiliência e crescimento. Para ele, Jacó se torna o arquétipo do indivíduo que transforma adversidade em bênção, aprendendo a encontrar D-us não apenas nos momentos de êxtase espiritual, mas também na rotina da vida cotidiana.


Rashi, ao comentar sobre o trabalho de Jacó para Labão, destaca que ele era incansável, sempre comprometido com suas responsabilidades, mesmo em condições injustas. Isso reflete o valor judaico do trabalho honesto e da paciência em face da adversidade.


Ramban vê a relação de Jacó com Labão como uma metáfora da sobrevivência do povo judeu em meio a nações hostis. Apesar das dificuldades, Jacó prospera, simbolizando a capacidade de superar as forças contrárias com fé e dedicação.


3. A Luta Espiritual e o Retorno

O episódio em que Jacó decide deixar Labão e voltar para sua terra é marcado por uma nova reafirmação da promessa divina. Jonathan Sacks observa que o retorno de Jacó não é apenas físico, mas espiritual. Ele agora entende que seu papel é ser não apenas um receptor das bênçãos divinas, mas um transmissor delas para as próximas gerações.

Rashi enfatiza a importância da proteção divina ao longo da jornada de Jacó, mencionando os anjos que o acompanham. Isso simboliza que, mesmo nas decisões mais desafiadoras, a presença de D-us é constante.


Ramban, por outro lado, foca no significado da reconciliação iminente com Esaú, que começa a se desenhar ao final da parashá. Ele interpreta isso como um prenúncio do papel de Israel como um mediador espiritual entre as nações.


A Parashá Vayetse, apresenta uma jornada de amadurecimento espiritual, marcada pela busca de significado, superação de desafios e conexão com o divino. Jacó não apenas aprende a confiar em D-us, mas também a agir com responsabilidade, mostrando que a fé judaica é uma parceria ativa entre o humano e o divino.


Como Jonathan Sacks sintetiza: "A história de Jacó é a história de todos nós: um lembrete de que, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, podemos encontrar D-us e cumprir nosso destino."

 

Darkey Shalom (Caminhos de Paz)

Shabat Shalom Umevorach

 

 

 

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