As Parashiot Matot e Masei, que esse ano são lidas em conjunto, são as duas últimas de Bamidbar – o quarto livro da Torá.
Montagem sobre Ori229, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons
Matot se inicia com Moisés advertindo aos príncipes de cada tribo que, quando se fizer um juramento ao Eterno, não se profanará a palavra empenhada. Atentemos à força do termo utilizado: profanar. Descumprir um juramento é profanar a nossa própria palavra. É desonrar a nós mesmos. E é um pecado diante do Eterno, uma vez que fazemos juramentos quando estamos tomados pela angústia. Por isso, em Devarim 23:23 lemos que “...se te abstiveres de fazer voto, não haverá em ti pecado”. Fazer um voto, um juramento, é em si condenável. Não devemos fazê-lo jamais. Mas, se o fizermos, temos que cumpri-lo – e o mais imediatamente possível. A nossa palavra é sagrada.
Em seguida, Moisés determina que 1.000 homens de cada tribo – 12.000 homens no total – deveriam se armar e lutar contra Midiã, para se vingarem das mulheres midianitas que seduziram aos homens israelitas e provocaram grande mortandade. Ao final, o exército matou a todos os homens e trouxe cativos as mulheres e as crianças e todo o seu rebanho. Moisés se indignou porque deixaram viver as mulheres, por causa de quem os filhos de Israel haviam pecado. E elas foram mortas.
Finalmente, os filhos das tribos de Rubem e Gad, e metade dos de Menashe, que tinham muito gado, pedem a Moisés que recebam por possessão as terras conquistadas de Iazêr e Guilead, ideais para a criação, e sejam liberados de cruzar o Jordão. Moisés os repreende dizendo: “Irão seus irmãos à guerra e vós ficareis aqui?” E eles responderam: “Currais edificaremos para o nosso gado e cidades para as nossas crianças e lutaremos com nossos irmãos e só retornaremos quando cada um herdar a sua herança”. Dessa forma, Moisés os desobrigou diante do Eterno e de Israel, não sem antes corrigir o erro de terem colocado o gado antes dos próprios filhos e disse: “... sendo assim, edificai cidades para vós e vossas crianças e currais para o vosso gado”.
A Parashá Masei descreve todo o trajeto percorrido ao longo dos 40 anos de jornada desde a saída do Egito até a chegada às portas da terra de Canaã; relata a morte de Aarão, aos 123 anos de idade; e legisla sobre a divisão da Terra Prometida entre as 9 tribos e meia que a herdariam.
O Eterno nos prometeu e o Eterno nos favoreceu. Nos fez vencer exércitos poderosos e cumpriu a Sua promessa. Mas isso, fica para o próximo livro.
Shabat Shalom!
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