Parashá Hashavua
- Emerson Luiz (Davi benAvraham)
- 17 de jul.
- 2 min de leitura
Parashá Hashavua (Pinchás). Bamidbar (Números 25:10 – 30:1). Haftará 1 Reis 18:46 – 19:21.
Pinchás
Na porção dessa semana, vemos um relato de uma história que para nós, atualmente, pode parecer fanatismo religioso: um homem chamado Pinchás se levanta e provoca uma matança em nome de Hashem, e por isso ele é recompensado com o sacerdócio eterno e com aliança de paz nas palavras da Torá.
No mundo moderno, estamos habituados, infelizmente, ao extremismo religioso ao nosso redor. Ao longo da história, existem centenas de relatos da grave destruição que já foi praticada, em nome de D'us, justamente por pessoas que praticam o extremismo. A pergunta que se faz então é: como pode a Torá exaltar e recompensar um ato como de Pinchás? A questão fica ainda mais intrigante quando a gente para pra analisar que a Torá é repleta de mensagens de amor e compaixão, segundo Rabi Akiva, “amar ao próximo como a ti mesmo é o princípio fundamental da torá”, o sábio Hilel ao ouvir isso, disse “essa é toda a torá e o resto e só comentário”.
O segredo para entender essa questão, é relatada no versículo inicial da porção, D'us diz o seguinte “Pinchás, filho de Elazar, o filho de Aarão o sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, ao levar minha vingança entre eles e assim, não os consumi com a minha ira”. (Números 25:11).
Em geral uma personagem bíblica é citada como “fulano filho de ciclano”, no entanto, aqui percebe-se que Pinchás é mencionado como filho de Elazar e neto de Aarão, justamente para enfatizar a personalidade dele. Na Cabalá Aarão é o símbolo do amor e da paz, o que indica que Pinchás tinha as mesmas características do seu avô, um homem calmo, que amou a paz, mesmo na sua atitude antagônica, a sua natureza e objetivo não eram matar, mas impedir que pessoas inocentes fossem mortas.
Sensibilizou-se ao ver pessoas do seu povo mortas, por causa da imoralidade de Zimri e da mulher midianita, e rebelou-se contra sua natureza pacifista, para defender valores mais elevados e salvar as vidas do seu povo, desse modo, agiu de forma enérgica e depois disso, foi honrado e recompensado pelo Todo Poderoso.
(Referência: Chumash Torá, Nos Caminhos da eternidade etc.)
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