Em 21 de setembro deste ano, participei de um Congresso de Educação para Paz e nos intervalos conversando com um dos promotores do evento, um isralense-brasileiro, uma pessoa de fé islâmica, usou o termo "Sionista", como se fosse sinônimo de "radical judeu" ou algo assim. Nesse momento me senti, como aqueles filmes sobre o Oriente Médio em que algum terrorista xinga os israelenses de "sionista" ou no quem tem se tornado cada vez mais comum, como xingamento a todo aquele que apoia Israel.
Pois bem, sou Sionista. Com orgulho e determinação.

A origem do termo, naturalmente vem de "Sião" ou "Sion" (em hebraico: ציון), que, em hebraico, quer dizer elevado e denominava uma das colinas que cercam Jerusalém, passando a ser um dos sinônimos para a cidade sagrada. A expressão "sionismo" surgiu em Viena em 1892, criada pelo escritor judeu Nathan Birnbaum, , fundador em 1885 da revista “Selbstemanzipation!” (Autodeterminação!).
Assim Sionismo vem na esteira dos movimentos de autodeterminação nacional, surgidos na Europa, que resultaram entre outros na unificação alemã e italiana, e buscava o direito de autodeterminação judaica.
Theodor Hertz, considerado o "Pai do sionismo" , foi um jornalista e escritor austríaco, que após testemunhar o famoso caso "Dreyfuss"na França, em que um oficial judeu do exército francês foi falsamente acusado de traição, percebeu que chegara a hora dos judeus terem seu próprio estado, tendo escrito o famoso livro Der Judenstaat (O Estado Judeu).
Embora essa discussão tenha ocorrido na Europa intelectualizada, paralelamente a isso diversos grupos de judeus fugindo à perseguição e os pogroms, sobretudo na Europa Oriental, vinham desde o começo do século 19 buscando refúgio na sua terra ancestral, Eretz Yisrael, para se juntar às comunidades judaicas locais, que nunca abandonaram o local e estabelecer novas localidades, num processo que se intensificou a partir de 1880.
Juntos esses judeus não apenas trouxeram suas esperanças e desejos de uma vida melhor, mas a determinação de construir um lar judaico, comprando terras de senhores feudais ausentes, vivendo bem longe dali, em Damasco, usufruindo as benesses do império otomano. Esses pioneiros, atraíram trabalhadores das regiões próximas e conflitos sobre suas terras, muitas vezes sendo forçados a se defenderem ou recomeçar do zero, estabelecendo novas cidades.
Juntos esses chalutzim transformaram pântanos e charcos em plantações, locais desertos em kibutz e moshav, fundaram escolas, jornais, hospitais e até a primeira universidade na região. Todo esse esforço, mesmo com perseguição e tentativas de extermínio patrocinado pelas lideranças árabes locais, interessadas em manter seus feudos, resultou no Estado de Israel.
Um estado que logo ao ser criado conclamou a todos os estados vizinhos a convivência pacífica. Que proclamou ser uma terra para todos, independentemente de credo. Um local para acolher judeus e perseguidos de todas as partes do mundo.
Um estado que se tornou uma fonte de luz em conhecimento e cultura para todo o mundo. A única democracia no Oriente Médio, com autonomia para mulheres, árabes, judeus, cristãos e islâmicos. Uma nação em que todos se sentem com direitos, inclusive de discordar.
Sou sionista por tudo isso. Pelas contribuições plurais de Rav Kook, de Ben-Gurion, Golda Meir, Shimon Peres, Jabotinsky, Begin, Amos Oz, Sharanski, da poetisa Zelda, de Hannah Senesh, de Agnon, de Idan Raichel, das crianças e pais destroçados no dia 07 de outubro, do povo unido em defesa do país. Por tudo isso sou sionista.
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