🕯️ Tzom (jejum) de Gedaliah
- Marcos Wanderley

- 18 de set.
- 2 min de leitura
O Tzom de Gedaliah (depois dos dias de Rosh Hashaná), observado no terceiro dia de Tishrei (início - 4:18 até 17:51), é um jejum silencioso — não por falta de dor, mas por excesso de significado. Diferente de Tisha B’Av, que grita a destruição do Templo, o jejum de Gedaliah sussurra uma tragédia interna: a destruição causada por mãos judaicas contra um líder judeu. É o lamento por uma ferida que não veio de fora, mas de dentro.
📜 Mais que um assassinato político
Gedaliah ben Achikam não era apenas um governador nomeado pelos babilônios — ele era o último fio de esperança de autonomia e reconstrução após o exílio. Sua morte, pelas mãos de Yishmael ben Netaniah, não foi apenas uma traição política, mas uma quebra espiritual: o rompimento da confiança entre irmãos. O Talmude (Rosh Hashaná 18b) nos ensina que sua morte foi tão grave quanto a destruição do Beit Hamikdash. Isso nos obriga a refletir: o que destrói mais — o fogo externo ou o veneno interno?
🌿 Jejuar pela fragilidade da liderança
O Tzom de Gedaliah nos ensina que liderança não é apenas sobre poder, mas sobre vulnerabilidade. Gedaliah acreditou na boa fé de Yishmael, recusando-se a suspeitar de um irmão judeu. Seu assassinato nos lembra que a confiança é sagrada — e que sua violação pode desmoronar comunidades inteiras. Jejuamos não apenas pela perda de um homem justo, mas pela perda da possibilidade de reconstrução que ele representava.
🕊️ Reflexão
Em tempos de polarização e disputas internas, o Tzom de Gedaliah é um espelho. Ele nos pergunta: estamos cuidando uns dos outros ou nos sabotando? Estamos protegendo nossos líderes ou os expondo ao desprezo? Este jejum não é apenas memória — é alerta. A paz entre irmãos é tão frágil quanto o vidro, e tão preciosa quanto o Templo.
Que este dia de jejum nos inspire a reconstruir não apenas o que foi perdido, mas o que ainda pode ser salvo: a confiança, a unidade e o compromisso com um futuro compartilhado.
Gmar Chatimá Tová



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