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Foto do escritorIvan Motosserra Pamponet

Yom HaAtzmaut


Imagem criada por I.A. para este texto


Nas últimas semanas, tivemos Pessach e Yom HaShoá. E agora, nesta terça-feira, dia 25/04, teremos a comemoração da SIB de Yom HaAtzmaut. Para além da proximidade de datas, vejo que são temas muito próximos. No Pessach, relembramos nosso tempo de escravizados no Egito e celebramos nossa fuga para a liberdade. Em Yom HaShoá, relembramos um dos capítulos mais sombrios da história judaica e da humanidade que foi o Holocausto nazista e homenageamos suas vítimas. Já em Yom HaAtzmaut, celebramos a vitória do povo judeu e a independência do Estado de Israel, um lar e porto seguro para todo o povo judeu e a esperança que atrocidades como as ocorridas no passado jamais aconteçam novamente. Seguindo esse pensamento, formulei uma lista de músicas temática com a ajuda de Max, focada numa trajetória da música israelense.


Irei começar com uma música profundamente ligada ao Pessach, mas não uma música judaica ou de um artista judeu. “Go Down Moses” ficou muito famosa na voz de Louis Armstrong, mas se trata de uma música cantada pelos negros escravizados nos EUA no século XIX que narra a história de Moises e sua missão de libertar o povo judeu da escravidão o que acaba sendo uma analogia entre o que os judeus passaram no Egito com o que os negros estavam passando nos EUA. Essa música chegou a ser proibida em alguns estados do Sul. Além do fato de ser uma música bem conhecida entre os negros norte-americanos do começo do século XX, talvez um fator que tenha impulsionado Armstrong a gravar essa música tenha sido sua relação com o povo judeu. Não, ele não era judeu, mas era uma espécie de “filho de criação” de uma família judia russa chamada Karnofsky que cuidava dele enquanto sua mãe trabalhava e emprestou o dinheiro para comprar seu primeiro trompete. Poucos sabem, mas Armstrong era tão próximo dessa família que o acolheu como filho que usou uma estrela de Davi até o fim de sua vida.


Louis Armstrong – Go Down Moses


Yehoram Gaon nasceu em Jerusalém em 1939 de uma família sefaradim. Começou sua carreira musical ainda durante o seu serviço militar nos anos 1950s, mas se tornou um sucesso israelense na década de 1960s. Talvez a sua música mais famosa seja “Od Lo Ahavti Dai” originalmente de Naomi Shemer. Além de músico e cantor, Yehoram foi ator, diretor, comediante, produtor, radialista, figura pública, escritor, editor e filantropo.

Yehoram Gaon – Od Lo Ahavti Dai


Kaveret ou Poogy foi uma banda israelense de Rock Progressivo da década de 1970s. Sem dúvidas, é o meu grupo da música israelense favorito e um dos que mais gosto de progressivo. Talvez pelo fato de ter um “tempero oriental” o progressivo se torna algo menos chato que o de costume. A música que escolhi “Yo Ya” foi a primeira música que escutei deles há uns 13 anos atrás ao pesquisar música israelense.


Kaveret/Poogy – Yo Ya


Ilan ve-Ilanit foi uma dupla muito famosa em Israel entre a década de 1960s e 1980s, sendo que Ilanit conquistou muito mais notoriedade que Ilan. Com mais de 40 anos de carreira, Ilanit gravou e produziu mais de 600 canções em mais de 30 álbuns tanto em carreira solo quanto com sua dupla Ilan. Uma curiosidade interessante sobre Ilanit é que sua família são de poloneses que imigraram para Israel na década de 1940s, posteriormente se mudam para o Brasil em 1953 e voltam para Israel em 1960.


Ilan ve-Ilanit – Bashaná Haba’a


Ofra Haza, uma das cantoras favoritas de minha avó, nasceu em Tel Aviv de uma família de judeus do Iémen, cresceu no bairro pobre de “Hatikvá”. Com 12 anos entrou em um grupo de teatro onde desenvolveu sua habilidade para o canto. Em 1974, com 17 anos, se tornou vencedora de um concurso nacional de música e isso lançou sua carreira musical solo. Ofra Haza participou do filme “O Príncipe do Egito” fazendo a voz de Yocheved, a mãe de Moisés, em 17 idiomas diferentes. Ela também colaborou com diversos artistas como o Punk Iggy Pop, Sisters of Mercy, Lou Reed e Paula Abdul. Infelizmente morreu prematuramente em 2000 vítima de complicações em decorrência da AIDS.


Ofra Haza – Yerushalaim Shel Zahav


The Churchills foi uma banda de Rock Psicodélico e Progressivo israelense que atuou entre as décadas de 1960s e 1970s. Essa banda se assemelha mais a linha Progressiva e Psicodélica ocidental da época.


The Churchills – When You’re Gone


Diaspora Yeshiva Band é uma banda de Rock ortodoxa israelense que atuou entre 1967 e 1983 criada pelo rabino Mordechai Goldstein em Jerusalém misturando elementos judaicos e israelense com Rock, Blues, Country, Jazz, Folk, Disco e Funk. Confesso que fiquei bem surpreso quando conheci essa banda, pois ela é bem melhor do que aparenta ser. Eles se definem como “Hasidic Rock”.


Diaspora Yeshiva Band – Malchuscha


Doda foi uma banda de Rock israelense formada em 1980, sendo o terceiro projeto de trabalho em parceria de Gidi Gov e Danny Sanderson depois de Kaveret e Gazoz. Porém a banda só gravou dois discos e só durou até 1981.


Doda - אלף כבאים


Monica Sex foi uma banda de Pop Rock e Rock Alternativo (talvez até Indie) formada em Tel Aviv em 1992. Eu conheci essa banda por causa do Habonim Dror. Praticamente toda Machané que eu ia, essa era uma das músicas que sempre tinha que tocar. Aliás, uma coisa bacana do Dror é que todo ano pessoas iam e voltavam do Shnat e traziam consigo várias músicas israelenses de diversos estilos diferentes, isso proporcionava uma interação bacana com a música e cultura israelense de forma mais frequente. Hoje, a internet ajuda muito, mas antigamente era muito difícil conhecer e pesquisar sobre música israelense por meios convencionais.


Monica Sex – Al Haritzpa



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